quarta-feira, fevereiro 21, 2007

Portugal VS Ministro da Saúde

Muito bem, cá estou eu outra vez para falar deste nosso pequeno Portugal, mas com problemas do tamanho da China!
10 dias depois do referendo para a despenalização da IVG (Interrupção Voluntária da Gravidez), onde o Sim teve uma vitória algo folgada, pois contam os votos daqueles que la vão e não daqueles que pensam que "os outros que decidam"!
Devo dizer que por alguns instantes já me arrependi pelo meu voto no sim... e passo a explicar...
- O líder parlamentar do Partido Socialista, de uma maneira infeliz e ditatorial, veio à praça pública dizer que não haverá qualquer tipo de consulta médica para as mulheres que estejam inclinadas para fazer a IVG! Não foi isso que o Partido Socialista andou a promover durante a campanha!
- As inúmeras notícias de que estão para fechar certas urgências no país... OK!!! não é fechar, é só fechar durante a noite! Está bem, eu digo ao meu organismo para ficar doente das 8 às 20H. Fora isso, vou dormir para não correr o risco de ficar doente e ter que fazer uns 70 ou 80 km, que em alguns casos pode ser fatal!!!
- Isto deixa-me a pensar... será que o gabinete do nosso ministro da saúde tem como objectivo a redução do número de portugueses, pedido pelo ministro das finanças, pois não há dinheiro para pagar as reformas aos nossos velhos?
- Por fim, há alguns meses atrás, as mulheres iam a Badajóz "comprar caramelos", mas tinham as crianças em suas casas... agora é exactamente ao contrário... "compram os caramelos" em Elvas e vão ter as crianças a Badajóz!!!

Tantos cortes orçamentais... e quem sofre é sempre o mesmo!!! o Povo!
Pena é, que os nossos governantes não usam o serviço público de saúde, pois teriam uma ideia bem melhor da nossa realidade!!!
Já agora, para quando os tão prometidos cortes aos deputados... que ao fim de 3 mandatos (12 anos) vêm reformados, ou a banca pagar os seus impostos?


Será que temos solução???

quinta-feira, fevereiro 08, 2007

quarta-feira, fevereiro 07, 2007

Na Terra dos Cornos Grandes

Resolução do Parlamento Europeu sobre direitos em matéria de saúde sexual e reprodutiva.

A interrupção voluntária da gravidez deverá ser legal, segura e universalmente acessivel;

Os governos devem por isso:
  • abster, em quaisquer circunstâncias, de agir judicialmente contra mulheres que tenham feito abortos ilegais;
  • acompanharem as adolescentes grávidas, quer estas queiram interromper a gravidez quer queiram levá-la a cabo, e a garantir a continuidade da sua educação;
  • garantirem a disponibilidade de informação imparcial, científica e facilmente compreensível, bem como de serviços de aconselhamento em matéria de saúde sexual e reprodutiva, incluindo a prevenção de casos de gravidez não desejada, assim como sobre os riscos decorrentes de abortos perigosos praticados em condições inadequadas.

EU VOTO SIM

Pelo elevado número de abortos que se fazem em Portugal, dando lugar a uma variedade de métodos, e embora a técnica do aborto se tenha aperfeiçoado e muitos abortos clandestinos se pratiquem na actualidade em melhores condições, a verdade é que persiste na generalidade a aplicação de métodos primitivos e brutais, principalmente entre as camadas da população economicamente mais desfavorecidas.

Só uma minoria de mulheres das classes média - alta e alta tem ao seu alcance clínicas portuguesas especializadas mas clandestinas ou recorrem aos países vizinhos europeus onde a pratica da interrupção da gravidez é permitida e onde os processos cirúrgicos tornam o aborto numa operação normal.
Poderemos encontrar referências ao aborto em todos os tempos: na Grécia, onde o aborto era justificado por diversos motivos, seja porque a gravidez se encontrava nos seus primeiros meses e se considerava que o feto não estava animado, a Roma, onde o embrião era considerado como uma parte da mãe e, por isso, quem abortava fazia-o dispondo do seu corpo.
O fundo de convicções de origem judaica subjacente ao cristianismo impediu a aceitação desses métodos mais ou menos radicais (aborto, juntamente com uma contracepção mais do que artesanal, o infanticídio e o abandono dos recém-nascidos não desejados).
Dourlen-Rollier afirma que «a condenação do aborto é essencialmente fruto da filosofia cristã, pois a maioria das sociedades pré-cristãs admitiam a interrupção da gravidez, prática aceite tanto pela moral como pela política». No mundo cristão sempre foi considerado ilícito o facto de se cometer um aborto, e assim foi considerado por praticamente todas as confissões na Europa cristã.
Não sendo, portanto um fenómeno exclusivo da sociedade actual, o aborto, dada a extensão que atinge nas últimas décadas, assume aspecto de novidade, quer na perspectiva social, quer na perspectiva sociológica.
Actualmente, a ideia contra o direito ao aborto conhece uma renovada difusão, e há autores que defendem a ideia de que este facto está associado ao neofascismo, nacionalismo e outros temas reaccionários, que o auge da direita em processo quer impor, como ideologia dominante do final de século, combinado com o entusiasmo dos fundamentalistas religiosos, dos tecnocratas e do patriotismo exacerbado. Todos estes movimentos têm como máxima, fazer do acto de abortar um acto culpável, clandestino e perigoso, sem se proporem a eliminar as suas causas ou torná-lo não necessário, mas apenas, pedindo a repressão e a punição do facto.
A base do ideal antiabortista assenta no seu vitalismo extremista: assegura-se que o feto é uma vida humana, para argumentar como significado ambíguo do término da vida. Uma coisa é falar da vida do feto com igual sentido de que se tratasse da vida extra-uterina, como se já se apresentasse no seio materno (esse mínimo de autonomia e separação do outro), que define a existência individual humana. Invocam-se expressões como: o feto é vida, a pessoa é vida, e, consequentemente, o feto é pessoa.

A interrupção voluntária da gravidez em Portugal deveria ser permitida até as 10 semanas a partir da concepção, por solicitação da mulher num estabelecimento de saúde legalmente autorizado??

SIM, porque é preciso acabar com o aborto clandestino que põe em risco a vida, a saúde e a dignidade das mulheres.

SIM, porque a prisão não é solução.

SIM, porque a lei em vigor é ineficaz.

SIM, porque o problema da interrupção voluntária da gravidez deve ser tratado pelo sistema nacional de saúde e não pelos sistemas policial e judicial.

SIM, porque a pergunta que se faz é se despenalizamos (SIM) ou continuamos a penalizar (NÃO).

SIM, porque votar sim dá a opção do não, e votar não, não dá a opção do SIM.

Joel Azevedo

Gato Fedorento - Assim Não

terça-feira, fevereiro 06, 2007

Aborto

Amigos... passado tanto tempo, chegou a hora de inserir mais um post neste blog que muito ja deu que falar! Mas como tenho todos os membros desta comunidade como pessoas de bem e tolerantes (apesar de por vezes as opiniões saírem um pouco inflamadas), resolvi postar a minha opinião sobre a IVG (Interrupção Voluntária da Gravidez).
Ora bem, no domingo, quando tiver a caneta na mão e o boletim de voto, onde vou ter de pôr uma cruz num quadrado, e tendo em conta que essa cruz pode ser importante para a sociedade onde para já estou inserido, confesso-vos que vou votar "Sim"!
O principal motivo que me leva a isso, é o simples facto de não me considerar um hipócrita, pois sei bem que se votasse não, o aborto nunca iria deixar de ser praticado! Em Portugal numa qualquer clínica privada clandestina, num barraco, por um médico, enfermeiro, habilidoso, ou então para quem a vida deu um rumo melhor, ir "comprar caramelos a Espanha"!
Desde já, não quero que interpretem isto como um insulto a quem vai votar "Não" quando disse que me consideraria um hipócrita!
Tal como referi, é um problema existencial, que me acompanha nesta minha vida.
Eu, não sou ninguém para pensar que quem vota "Não", é hipócrita ou outra coisa qualquer, mas se o fizesse, sentiria esse peso!
Mas ao votar "Sim", tenho receio que alguns problemas surjam, tais como o aborto tornar-se num método contraceptivo, o que na minha opinião seria terrível. Os defensores do sim dizem que isso não irá acontecer, mas o número de pílulas do dia seguinte tem aumentado de dia para dia. Algo que me deixa preocupado!
O que peço a todos os que me estão a ler, é que na medida dos possíveis, VOTEM!
SIM ou NÃO...
O importante é darem o vosso contributo neste tema importantíssimo para todos nós!
E já agora, para aqueles que sempre defenderam o "Sim" e que acham que esta lei deveria ser aprovada em Assembleia da República, pois o erário público está em dificuldades, eu respondo que esta decisão de referendar foi a melhor decisão política do Governo de José Sócrates, e provavelmente o dinheiro mais bem gasto desta governação Socialista... Estou à vontade para dizer isto, pois todos me conhecem como um grande crítico do "Modelo Socrático" deste Portugal!

Votem e fiquem bem!!!