Há quem desvalorize o poder das palavras dizendo que valem mil vezes menos do que uma imagem ou assegurando que até as acções falam mais alto do que elas. Ainda assim, às vezes, as palavras certas no momento exacto valem mais do que mil imagens e gritam mais alto do que qualquer acção. Jesualdo Ferreira foi recebido com alguma desconfiança pelos adeptos do FC Porto quando chegou ao clube, há dois anos. Ser português em Portugal é sempre motivo de desconfiança, ser benfiquista no FC Porto não ajudou, e a oscilação no rendimento da equipa durante a primeira temporada contribuiu para que muitos mantivessem um proverbial pé-atrás em relação ao treinador que Pinto da Costa classificou como "mestre". Mesmo assim, mesmo com o selo de aprovação presidencial, Jesualdo Ferreira ainda suscitava algumas reservas junto dos sectores mais críticos dos adeptos portistas. Até anteontem. As palavras de Jesualdo Ferreira na gala dos Globos de Ouro, durante o discurso de aceitação do prémio para melhor treinador de futebol do ano, acabaram com as resistências dos portistas ao "professor" e fizeram mais pela sua aceitação no seio da nação portista do que os dois anos passados no clube, os dois títulos de campeão conquistados, as dezenas de vitórias alcançadas e as centenas de demonstrações de profissionalismo e de dedicação anteriores. No contexto actual, o agradecimento público a Pinto da Costa em pleno coração da Capital do Império valeu mais do que mil imagens e falou mais alto ao coração dos portistas do que qualquer acção anterior de Jesualdo Ferreira. O "mestre".
Jorge Maia em OJogo
"É um troféu, também, para o meu clube, o meu presidente, que me deu a possibilidade de chegar ao sucesso, a minha equipa técnica e os meus jogadores, que foram bravos e brilhantes"
Jesualdo Ferreira
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