quinta-feira, dezembro 21, 2006

Carta ao Pai Natal - Aníbal Cavaco Silva





















Excelentíssimo Senhor Doutor Pai Natal´
Venho por esta via pedir para a minha Maria
O Kama Sutra, versão condensada
Não sei se a minha Maria teria
Para a versão completa e ilustrada
Suficiente pedalada.
Eu para mim
Por ora nada peço
E de momento nada digo
Não abdico do meu direito de manter o suspense
E de fazer tabu do meu posterior pedido.
Mas…. E só isto adianto
Não preciso de Viagra
Para acompanhar a minha Maria na leitura
Do acima citado livro
Que teso e hirto ando eu sempre
Não precisando por isso de muleta
Ou qualquer outro suplemento
Para manter a rigidez
E o meu porte sobranceiro.
Despeço-me atentamente economizando palavras
Porque como vossa Excelência sabe:
Os tempos são de crise e tempo é dinheiro.



Assina o Professor Doutor: Cavaco Silva

quarta-feira, dezembro 20, 2006

Carta ao Pai Natal - Jerónimo de Sousa




















Camarada
Tu que és explorado pela entidade patronal
Durante a época do Natal
Usado como símbolo do capitalismo
Para fomentar o consumismo
Desenfreado, descontrolado
Que enriquece a burguesia
E empobrece o proletariado
Junta-te a nós no combate
Contra a guerra no Iraque
Oferece Che Guevara’s não ofereças Action Man’s
Luta pela igualdade feminina
Não dês Barbies mas Matrioshkas
Educa as crianças de hoje Comunistas amanhã
Substitui o Harry Potter pelo livro “O Capital”.

Camarada
Reivindica o teu direito a um transporte decente
Pára o trenó e as renas
Que não é veículo de gente operária e trabalhadora
Como tu oh pai natal!
Unidos venceremos o imperialismo e os reaccionários
Viva o Natal dos oprimidos
Viva o Natal dos operários!

Assinado pelo candidato: Jerónimo de Sousa
(Carta aprovada por unanimidade e braço no ar pelo Comité Central do PCP)

terça-feira, dezembro 19, 2006

Carta ao Pai Natal - Francisco Louçã




















Isto não é uma carta!
É um manifesto. Um protesto. Uma petição
Assinada por dezenas de intelectuais
E outras pessoas que jamais
Se reviram numa festa
Bacanal
Orgia de oferendas
Dadas sem qualquer critério
E que perpetuam uma tradição Caduca.
Reaccionária. Clerical.
Que tu representas oh pai do natal.
Com esta petição pretendemos
Que a data seja referendada
Não imposta, decretada
Por um estado economicista e liberal
E que seja celebrada quando um homem quiser
Não à roda da mesa. Consoada.
Mas num portuguesíssimo arraial.

Assina: Francisco Louça

segunda-feira, dezembro 18, 2006

Carta ao Pai Natal - Manuel Alegre



















Pai natal

Quando voares nos céus da minha Pátria
Quando aterrares as renas nas planícies do meu País
Lembra-te desta carta, pedido singelo
De um homem que só para a Pátria pede
Para si… Nada quis. Se o nevoeiro que levou D. Sebastião
Te fizer perder o rumo e baralhar o norte
Segue o cheiro a verde pinho
Ouve a minha trova no vento que passa
E chegar às chaminés do meu país
Pátria desafortunada. Sem euros. Má sorte.
Numa das chaminés de Lisboa
Sentirás o odor e verás o fumo negro da traição
Que o teu trenó sobre ela paire
Que sobre a chaminé de Soares a tua rena páre
E solte bosta. Um imponente cagalhão.

Assinado: Manuel Alegre

quinta-feira, dezembro 14, 2006

Carta ao Pai Natal - Mário Soares





















Pai Natal

Acordei agora da sesta. Tive um sonho original.
Conversei com a Maria
E achamos que não é sonho Mas uma ideia genial!
Já fui ministro, primeiro-ministro
E duas vezes presidente deste país
Está na hora de mudar de ares
Aceitar novos desafios
Levar mais longe o nome de Portugal
Ou o meu nome… Como sempre quis.
Como tu tenho já uma certa idade
E no ventre a mesma proeminência
Decidi que para o ano quero ser o Pai Natal.
Portanto… Olha pá faz as malas. Desocupa a Lapónia.
Vou ser eu o Pai Natal.
Tem lá paciência.

Assinado: Mário Soares(Ex-deputado. Ex-Primeiro Ministro. Ex-Presidente da Republica. Ex-Deputado europeu. Futuro Pai Natal)

sábado, dezembro 09, 2006

Cantar em português ou não!!!



Será que o homem tem razão???
A meu ver.... acho que não... logo que se faça musica de qualidade...
Inglês, Português, Italiano, Francês... o que eu quero é musica com nível e com qualidade...
Obviamente, se for em português, é bom ouvir...
Mas deixo aqui uma pequena provocação... o que mais se canta no Karaoke... é musica cantada em português...

quarta-feira, dezembro 06, 2006

segunda-feira, dezembro 04, 2006

terça-feira, novembro 28, 2006

Carroça Vazia


Carroça Vazia

Certa manhã, meu pai, muito sábio, convidou-me a dar um passeio no bosque e eu aceitei com prazer. Ele se deteve numa clareira e depois de um pequeno silêncio me perguntou:
- Além do cantar dos pássaros, você está ouvindo mais alguma coisa?
Apurei os ouvidos alguns segundos e respondi:
- Estou ouvindo um barulho de carroça.
- Isso mesmo, disse o meu pai. É uma carroça vazia.
Perguntei de imediato ao meu pai:
- Como pode saber que a carroça está vazia, se ainda não a vimos?
Ora, respondeu o meu pai. É muito fácil saber que uma carroça está vazia por causa do barulho. Quanto mais vazia a carroça maior é o barulho que faz.
Tornei-me adulto, e até hoje, quando vejo uma pessoa falando demais, gritando (no sentido de intimar), tratando o próximo com grossura inoportuna, prepotente, interrompendo a conversa de todo o mundo e, querendo demonstrar que é dona da razão e da verdade absoluta, tenho a impressão de ouvir a voz do meu pai dizendo: “Quanto mais vazia a carroça, mais barulho ela faz…”
Pensem nisto…

Tenham um Bom Dia!

sábado, novembro 25, 2006

The Toy Dolls in TOKYO with Lolita No.18

E porque ando com saudades do Punk, aqui fica a melhor versão do "Livin'la Vida Loca."

domingo, novembro 19, 2006

Jorge Costa está a trabalhar bem

boa estreia do Orelhas à frente do futebol do slb...

"Não saio daqui satisfeito. Saio desgastado com esta situação pois não vi o Benfica a jogar à bola: vi alguns rapazinhos a correr. Daqui para a frente a atitude em todos os jogos terá de ser diferente" (Luis Filipe Vieira in Antena 1)

"Os profissionais do Benfica têm que saber o que é camisola do Benfica. O Benfica cumpre com os jogadores e hoje os jogadores tinham que ter outra atitude dentro deste campo. É uma situação que vamos resolver internamente" (Luis Filipe Vieira in Antena 1)
Danificar a camisola e o clube!

sexta-feira, novembro 17, 2006

Tributo FC Porto

quinta-feira, novembro 16, 2006

Aborto - Interrupção Voluntária da Gravidez

O aborto não pode ser considerado como caso singular. É evidente que o problema é de ordem particular, mas a adição dos vários problemas particulares constitui um problema social.
Pelo elevado número de abortos que se fazem no mundo, dando lugar a uma variedade de métodos, de entre os quais os mais utilizados são: a sucção (utilizado no primeiro trimestre de gravidez); a dilatação (utilizado da sétima à décima segunda semana de gravidez); injecção salina (primeiros meses de gravidez até à décima nona semana). E embora a técnica do aborto se tenha aperfeiçoado, e muitos abortos clandestinos se pratiquem na actualidade em melhores condições, a verdade «é que persiste na generalidade a aplicação de métodos primitivos e brutais, principalmente entre as camadas da população economicamente mais desfavorecidas: intoxicantes e venenos, o tampon, os processos primitivos de perfuração e deslocamento das membranas com a ajuda de hastes muitas vezes infectadas, as injecções intra-uterinas com substâncias irritantes, etc.»

Só uma minoria de mulheres das classes média - alta e alta tem ao seu alcance clínicas especializadas e processos cirúrgicos que tornam o aborto numa operação normal.

Verifica-se uma tendência para considerar o aborto como uma manifestação própria das sociedades contemporâneas, contudo, o aborto não é novidade na história da humanidade, uma vez que se encontra relacionado com a faculdade que o homem tem de intervir na natureza por intermédio da cultura.

Poderemos encontrar referências ao aborto em todos os tempos: na Grécia, onde o aborto era justificado por diversos motivos, seja porque a gravidez se encontrava nos seus primeiros meses e se considerava que o feto não estava animado, a Roma, onde o embrião era considerado como uma parte da mãe e, por isso, quem abortava fazia-o dispondo do seu corpo.

A referência mais antiga é a que foi descoberta nos arquivos reais da China de 3000 anos a. C.

O fundo de convicções de origem judaica subjacente ao cristianismo impediu a aceitação desses métodos mais ou menos radicais (aborto, juntamente com uma contracepção mais do que artesanal, o infanticídio e o abandono dos recém-nascidos não desejados).

Dourlen-Rollier afirma que «a condenação do aborto é essencialmente fruto da filosofia cristã, pois a maioria das sociedades pré-cristãs admitiam a interrupção da gravidez, prática aceite tanto pela moral como pela política». No mundo cristão sempre foi considerado ilícito o facto de se cometer um aborto, e assim foi considerado por praticamente todas as confissões na Europa cristã.

Não sendo, portanto um fenómeno exclusivo da sociedade actual, o aborto, dada a extensão que atinge nas últimas décadas, assume aspecto de novidade, quer na perspectiva social, quer na perspectiva sociológica.

Actualmente, a ideia contra o direito ao aborto conhece uma renovada difusão, e este facto está associado ao neofascismo, nacionalismo e outros temas reaccionários, que o auge da direita em processo quer impor, como ideologia dominante do final de século, combinado com o entusiasmo dos fundamentalistas religiosos, dos tecnocratas e do patriotismo exacerbado. Todos estes movimentos têm como máxima, fazer do acto de abortar um acto culpável, clandestino e perigoso, sem se proporem a eliminar as suas causas ou torná-lo não necessário, mas apenas, pedindo a repressão e a punição do facto.

A base do ideal antiabortista assenta no seu vitalismo extremista: assegura-se que o feto é uma vida humana, para argumentar como significado ambíguo do término da vida. Uma coisa é falar da vida do feto com igual sentido de que se tratasse da vida extra-uterina, como se já se apresentasse no seio materno (esse mínimo de autonomia e separação do outro), que define a existência individual humana. Invocam-se expressões como: o feto é vida, a pessoa é vida, e, consequentemente, o feto é pessoa.
Por isso e a fim de salvaguardar a saúde reprodutiva e os direitos das mulheres, a interrupção voluntária da gravidez deverá ser legal, segura e universalmente acessivel;
Os governos devem por isso:
  1. abster, em quaisquer circunstâncias, de agir judicialmente contra mulheres que tenham feito abortos ilegais;
  2. acompanharem as adolescentes grávidas, quer estas queiram interromper a gravidez quer queiram levá-la a cabo, e a garantir a continuidade da sua educação;
  3. garantirem a disponibilidade de informação imparcial, científica e facilmente compreensível, bem como de serviços de aconselhamento em matéria de saúde sexual e reprodutiva, incluindo a prevenção de casos de gravidez não desejada, assim como sobre os riscos decorrentes de abortos perigosos praticados em condições inadequadas.

Resolução do Parlamento Europeu sobre direitos em matéria de saúde sexual e reprodutiva.

A interrupção voluntaria da gravidez em Portugal deveria ser permitida até as 12 semanas a partir da concepção, por solicitação da mulher.

Acima das 12 semanas até as 24 semanas

  • Violação ou outro crime sexual;
  • Quando a mulher é menor (menos de 14 anos).

Sem limite

  • Ameaça da vida ou saúde física ou psíquica da mulher;
  • Risco de doença grave e incurável do feto.

Condições

  • Consulta com um médico;
  • Período de ponderação obrigatório (6 dias);
  • Aconselhamento obrigatório sobre alternativas à interrupção voluntaria da gravidez, como a adopcão;
  • Consentimento dos pais nos caso de menores;
  • O parecer de segundo médico, nos casos de grave risco para a saúde da mulher ou se for considerado que o feto poderá sofrer uma doença grave e incurável.

Fonte: Interrupção Voluntária da Gravidez: posições face a um problema social ? – Catarina Tomás e Interrupção Voluntária da Gravidez - Panorama Legal na Europa.
Foto Fonte: Olhares

quarta-feira, novembro 15, 2006












A melhor frase do Veiga em entrevista à TVI :
"Quem não deve não teme."


Foto: Joojim ( www.olhares.com)

segunda-feira, novembro 13, 2006

Toy Dolls

Para começarmos a semana a abrir e para homenagear a música Punk. Ai que saudades!!!!

domingo, novembro 12, 2006

Uma informação muito útil para os músicos deste blog...
Um bem haja ao Estúdio da Ribeira...

http://oviciodaarte.blogspot.com/2006/11/reportagem-salas-de-ensaio-parte-iii.html

sábado, novembro 11, 2006

Soft Cell - Say Hello, Wave Goodbye

Uma das musicas + giras que conheco com o gajo feio, mais giro que conheço..:) Say HEllO to MARC ALMOND!bj.S

Lenda de São Martinho

Havia, há muitos anos, um soldado romano, rico, que, a cavalo, fazia as suas rondas pela cidade a ver se estava tudo em ordem. E uma vez, por alturas de novembro, saiu, como de costume, debaixo de uma chuva miudinha e fria. No caminho, apareceu-lhe um velho, pobre e quase nú, que lhe pediu esmola. O então cavaleiro Martinho, não tendo à mão nada que lhe dar, tirou a capa que levava aos ombros e, com a espada, cortou-a ao meio, cobrindo com metade os ombros regelados do mendigo. E seguiu o seu caminho.
Não ia ainda longe quando, sem mais nem menos, a chuva parou e um sol bonito raiou no céu.
É por isso que ainda hoje, pela altura de S. Martinho, um sol radioso costuma aparecer e a que se chama o “ Verão de S. Martinho”.

Foto tirada em Vigo...

sexta-feira, novembro 10, 2006

INACEITAVEL!!!

VER PARA ACREDITAR

O golfinho é o único animal que gosta do Homem desinteressadamente (sim, cães, gatos e cavalos - e outros animais - gostam de nós, mas esperam protecção e/ou comida em troca). O golfinho nada espera do Homem, é um animal naturalmente bom e amistoso e CONFIA no ser humano.

No Japão, país de alta tecnologia, é assim os que lhes é retribuído
esse amor.

http://www.glumbert.com/media/dolphin

...mas, nos Açores, também se continuam a matar golfinhos para usar a sua Carne como isco... na pesca do ATUM.

Não é necessário ser ambientalista para ficar chocado com estas imagens...
Horrivel!!!

quinta-feira, novembro 09, 2006

Ainda Maior Entrevista a Alberto João Jardim

Andy Goldsworthy


























Nascido em 1956, Andy Goldsworthy é hoje um dos maiores escultores e artistas plásticos no campo naturalista e ambientalista. Sempre aliados a um excelente registo fotográfico, que os imortalizam, todos os seus trabalhos são feitos tão delicadamente como os materiais utilizados (pedras, folhas, neve..), numa tentativa (conseguida) de desenhar/mostrar a efemeridade do ambiente que os rodeia, raramente usando máquinas ou grandes utensílios nos seus projectos.
Os trabalhos não alimentam nenhum ego ganâncioso nem nenhuma sede de sucesso; nascem com inspiração e inspiram.
David Fonseca@Gato Fedorento

Muito bom!!!
O gajo é o maior.
Digam lá se não parece uma música a sério!!
He-Man and the Masters of the Universe TV Theme

Porque recordar é viver
David Bowie - When I'm Five

trintaeum

quarta-feira, novembro 08, 2006

adepto do benfica

Recantos





Integrado no "roteiro" pelo Porto "a olho e passo de turista", fica UM dos muitos exemplos que tornam a nossa invicta num misto de espaços e significados, onde a linha entre cidade e "campo" pode e deve, cada vez mais, tornar-se amigável e ténue.

terça-feira, novembro 07, 2006

Terráqueos

Rui Rio, a genealogia da moral pública

Dizer que o despacho é um "exemplo" para o país só pode fazer sentido numa cabeça povoada pelos fantasmas da perseguição e da intolerância

Rui Rio anunciou na semana passada mais um contributo da sua genialidade política para o progresso da nação. De forma a acabar com a "perversa cultura de mão estendida", para erradicar o "preocupante fenómeno de desajustada subsidiodependência" que se lhe afigura "castrador do desenvolvimento", o presidente da Câmara do Porto decidiu acabar com os subsídios. Tanta filosofia política vertida para um único despacho, tanta coragem concentrada numa acção que vai gerar óbvios protestos devem ter exigido ao autarca profundas reflexões. Ou talvez não. Em cinco anos de mandato, Rio jamais deu sinais de que uma medida deste alcance pudesse acontecer. Já tinha reduzido à míngua o orçamento para a cultura, já tinha manifestado o seu desprezo pelos criadores, já tinha até teorizado sobre a dicotomia entre pobres e artistas, os que precisam e os que recebem. A aprovação do despacho foi, ainda assim, um gesto intempestivo.
Saber se o que moveu Rio foi o interesse público ou a obsessão que o leva a querer vergar os que ousam pensar de maneira diferente faz toda a diferença. E Rio dá a resposta, quando faz constar no despacho o escândalo de haver quem, "inclusive", recorre ao tribunal "para que lhe seja reconhecido o direito ao subsídio". Ou seja, Rio não tolera que alguém confunda esmolas com direitos. Não interessa que o subsídio em causa, de 25 mil euros, tivesse sido, de facto, prometido ao Teatro Art"Imagem, que organizou um festival em que o logótipo da câmara apareceu com o destaque negociado; pouco importa que o Teatro Art"Imagem estivesse, de facto, para receber a verba prometida em Outubro. E, muito menos, não convém divulgar que o pagamento da promessa não aconteceu apenas porque, num gesto de dignidade, os dirigentes da companhia recusaram rubricar um protocolo com uma cláusula censória que os obrigava a "abster-se de, publicamente, expressar críticas que ponham em causa o bom nome e a imagem do município do Porto".
Dizer que o despacho é um "exemplo" para o país só pode, por isso, fazer sentido numa cabeça povoada pelos fantasmas da perseguição e da intolerância. O que, no seu teor, sobra em ressabiamento, falta em dimensão cívica. Nada de novo, aliás. Há anos que Rio tenta, por exemplo, condicionar a independência de todos os jornais com redacções importantes no Porto. Mas, neste caso, deu conta que, em Portugal, não há lugar para "queridos líderes" e tentou contornar a liberdade de imprensa investindo em spin doctors que tutela e em ecrãs espalhados pela cidade nos quais veicula a verdade oficial. No caso da cultura, a tentativa de esmagamento de um pensamento próprio fez-se de forma menos subliminar. Só se dá esmola a quem a merece. E só a merece quem não critica. Como, felizmente, houve quem dissesse "não", como José Leitão do Art"Imagem, ou Arnaldo Saraiva, da Fundação Eugénio de Almeida, Rio decidiu acabar com os subsídios. Sabendo a história, dizer que esta medida revela preocupação com o dinheiro dos contribuintes é grossa mistificação. O que está em causa é uma atitude persecutória de um político a quem falta cultura cívica e tolerância democrática. O Porto, que, como dizia Garrett, troca os vês pelos bês mas nunca a liberdade pela servidão, tem um homem assim à frente da câmara.
Fonte: Editorial do Jornal o Público, por Manuel Carvalho, 7 de Novembro de 2006

segunda-feira, novembro 06, 2006

Dave matthews band playing Gravedigger at The Gorge.

São raras... mas há alturas em que quase sinto "inveja" dos Norte Americanos, esta é uma delas...

sexta-feira, novembro 03, 2006

Mais um espaço de música alternativa na nossa cidade...

Desde já os meus parabéns pela excelente ideia e pela concretização.

http://sol.sapo.pt/PaginaInicial/Cultura/Interior.aspx?content_id=7402

segunda-feira, outubro 30, 2006

As mulheres, durante séculos, serviram de espelho aos homens por possuírem o poder mágico e delicioso de reflectirem uma imagem do homem duas vezes maior que o natural

Cartoons: Maitena
Frase: Virginia Woolf

Cinanima'06


Pois é, estamos perto de mais um Cinanima que irá decorrer de 6 a 12 de Novembro, e como é costume, o local é Espinho.
Este ano o Cinanima faz 30 anos, e por isso, o cartaz irá ser completo e de qualidade (algo que o Cinanima já nos habituou).
De destacar, na Segunda-Feira, dia 6, iremos ter a ante-estreia absoluta da primeira longa-metragem de animação portuguesa.
Irão decorrer três workshops, Animação em volumes, criação de cine-marionetas e ilustração.


Link do festival e programas em pdf.

- Site do festival

- Programa do festival

- Detalhe dos workshops

Não percam...

domingo, outubro 29, 2006

O Excesso de Vingança

O Excesso de Vingança

O duelo nasceu da convicção muito natural de que um homem não aguentaria injúrias de outro homem a não ser por fraqueza; mas porque a força do corpo podia dar às almas tímidas uma vantagem considerável sobre as almas fortes, para introduzir igualdade nos combates e dar-lhes por outro lado mais decência, os nossos pais imaginaram bater-se com armas mais mortíferas e mais iguais do que aquelas que tinham recebido da natureza; e pareceu-lhes que um combate em que se poderia tirar a vida de um só golpe teria certamente mais nobreza do que uma briga vil em que no máximo se poderia arranhar a cara do adversário e arrancar-lhe os cabelos com as mãos. Assim, vangloriaram-se de ter colocado nos seus usos mais elevação e mais elegância do que os romanos e os gregos que se batiam como os seus escravos. Achavam que aquele que não se vinga de uma afronta não tem coragem nem brio; não atinavam que a natureza, que nos inspira a vingança, podia, elevando-se ainda mais alto, inspirar-nos o perdão.
Esqueciam-se de que os homens são obrigados muitas vezes a sacrificar as suas paixões à razão. A natureza dizia mesmo, na verdade, às almas corajosas que era preciso vingar-se; mas ela não dizia que fosse sempre preciso lavar as menores ofensas no sangue humando, ou levar a vingança para além mesmo do seu sentimento. Mas, daquilo que a natureza não lhes diz, a opinião os persuadiu; a opinião ligou o último opróbrio às mais frívolas injúrias, a uma palavra, a um gesto, sofridos sem revide. Assim, o sentimento de vingança era-lhes inspirado pela natureza; mas o excesso de vingança e a necessidade absoluta de vingar-se foram obra da reflexão. Ora, quantos usos não existem hoje ainda aos quais honramos com o nome de polidez e que não passam de sentimentos da natureza levados pela opinião para além dos seus limites, contra todas as luzes da razão! Luc de Clapiers Vauvenargues, in 'Das Leis do Espírito'

sexta-feira, outubro 27, 2006

Porque hoje é Sexta.....

http://brandnewtalk.blogspot.com/2006/10/porque-hoje-sexta.html

Bom fim de Semana

Tenham consciência de vós...

"A má-fé é a mentira para si mesmo. Porém o facto de deixar de fazer uso dela leva o indivíduo à angústia porque ele não mente mais para si e toma consciência de que tudo que ocorre de bom ou mal na sua vida é culpa dele, portanto, não há ninguém responsável pelos acontecimentos da sua vida quer sejam eles bons ou maus.
Ao tomar consciência disto o homem sai do estado de má-fé e passa a estar em angústia pois, ele deixou de se enganar restando apenas a sua real situação. Esta passagem do estado de má-fé para a angústia é extremamente importante para que o sujeito possa ser livre." Sartre

quinta-feira, outubro 26, 2006

O direito ao contraditório

Segundo o Dicionário de Língua Portuguesa do Porto Editora, propaganda significa o “acto de propagar ou difundir uma ideia, opinião ou doutrina”.
3 Artigos publicados num blog, num curto espaço de tempo, que incidem sobre a mesma temática de cariz político, parecem-me, no mínimo, uma tentativa de difundir uma ideia.
Num blog que se quer plural e aberto, talvez devêssemos começar pelas mentalidades.
A definição de crítica, mais uma vez pelo mesmo dicionário, fala-nos de uma “apreciação do valor intelectual, estético, moral, de obras humanas”, pelo que me parece que todas as críticas sobre todas as “obras” sejam bem-vindas e saudáveis.
Lamento que a susceptibilidade a certos temas e críticas não permita uma discussão clara e objectiva dos assuntos, mas congratulo-me com o facto de um comentário ter trazido ao blog novos visitantes.
Aqui encerro este capítulo na esperança de que o pensamento continue invicto. O meu continua certamente.

Desafio

Aí vai um desafio para quem quiser tentar - um teste realizado num curso na American Air Lines.

Na frase abaixo deverão ser colocados 1 ponto e 2 vírgulas para que a frase tenha sentido.


Maria toma banho porque sua mãe disse ela pegue na toalha.


Solução? Sei mas só digo depois de receber respostas…

segunda-feira, outubro 23, 2006

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EDUARDO PRADO COELHO
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O FIO DO HORIZONTE
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O homem contradito
O fenómeno é conhecido: nenhum de nós é um ser inteiriço, feito de uma só cara, antes quebrar que torcer. Todas as pessoas têm atitudes diversas dentro de si e algumas contraditórias. Ainda há dias Júlio Machado Vaz explicava nas suas conversas da manhã, que um pedófilo pode ao mesmo tempo ser alguém que estabelece as maiores exigências de puritanismo no interior da sua própria casa. Sabemos também (leia-se Vasco Pratollini) que alguns lutadores políticos e sindicalistas, que são capazes de sair para a rua de peito aberto às balas da polícia, podem ser como chefes de família de um extremo autoritarismo. A causa da liberdade é uma ideia, pela qual se está disposto a morrer, mas o autoritarismo é uma prática há muito enraizada no quotidiano. Todo o homem é um ser contradito - mas uns mais conscientemente do que os outros.
Um exemplo extremo dessa inconsciência é Rui Rio. Aposto que ele acredita piamente nas sociedades livres e abertas, onde o Estado tem apenas uma função reguladora, porque tudo está entregue à roda cega do mercado. Aposto, e não me creio enganar. Ele é um "social-democrata" convicto, pelo menos daquela forma algo desfigurada que a "social-democracia" assumiu entre nós, dada a distorção generalizada dos nomes e realidades (não é, por exemplo, que o pensamento da direita pura e dura se situa no Centro Democrático e Social?).
Mas Rui Rio é ao mesmo tempo alguém que actua como governante em termos completamente diferentes. Neste caso, os seus métodos são tipicamente estalinistas, ou pelo menos específicos das sociedades de Leste, ditas "socialistas", mas que de socialistas tinham muito pouco; eram sobretudo modelos "soft" de práticas nostalgicamente estalinistas. Rui Rio estará sempre na primeira linha do combate a estas sociedades que sinceramente detesta. Mas procede como um Ceaucescu de meia tigela.
O que ele acaba de fazer com o Rivoli é exemplo disso. É verdade que Rui Rio odeia a cultura e isto porque não sendo culto acha que tais atributos lhe ficariam bem, e por isso odeia o que deseja. Mas isto é apenas uma alínea de toda uma concepção de política cultural. O seu (e meu) amigo Pacheco Pereira, num daqueles artigos em que uma pessoa deveria pintar a cara de preto, é capaz de dizer a seu favor que ele prefere tomar medidas sociais a culturais. É como se um Primeiro-Ministro se preocupasse apenas com a educação e não quisesse saber nem da agricultura, nem da saúde. Então isto agora é assim? Escolhe-se uma pista para o animal correr e nunca se sai dela?
Em relação aos ocupantes do Rivoli, cordatos, pacíficos, dialogantes, mas corajosos defensores de uma causa, Rui Rio utilizou toda a panóplia dos métodos estalinistas. Não deu a cara, mandou uns títeres em seu lugar, cortou a electricidade, cortou a água, só não cortou mais nada porque não pôde, e pelas seis da manhã, hora voluptuosa de todos os ditadores, enviou diversas polícias e, depois de um interrogatório, considerou os ocupantes como arguidos em processo crime. Melhor era difícil. Triste Rio aliterante. O seu mandato será sempre marcado por estas reacções insensatas que apenas sinalizam uma enorme frustração. Eles são "intelectuais", eu não. Por isso os odeio em geral, aos que escrevem em jornais em particular, e sobretudo odeio todos aqueles que neste processo ousaram demitir-se dos seus cargos na estrutura camarária. Mas terá sempre o apoio do Fernando Almeida, uma espécie de soldado desconhecido na cultura, e que por isso é de confiança. O homem contradiz-se.
Fonte: Público

Solidão ou sentir-se só?!

Todas as palavras que pairam no ar, saidas das cordas vocais de qualquer comunidade, são sempre expressas numa vertente positiva, mas na realidade, cada palavra invoca duas vertentes: a possível lógica convencional e a lógica oculta, que é desconhecida pelo homem comum, talvez por encarar um optimismo absurdo e ter os occipitais cobertos por uma névoa.
A solidão por exemplo, é explicada pelo ser humano através daquilo que lê no dicionario, o que o torna inutil e não querendo de maneira alguma ferir susceptibilidades, repreendo-o por não conseguir ver para além daquilo que está intitulado de horizonte psicovisual. A solidão é demasiado indescritível e inexplicável, só o homem comum que se auto nomeou como o animal mais inteligente , segundo ele diz, o sente de forma conveniente e plausível, o que o torna ainda mais inutil, face à sua pratica de exprimir uma palavra possivelmente desconhecida de forma breve e acessível.
A solidão além de inevitável, não pode ser profundamente negativa, pois para mim, é um facto vitorioso, define aquilo que eu sou em relação ao ser humano em geral que nunca há-de ser um animal superior enquanto nao compreender porque foi ele o escolhido para dominar este suposto mundo real.
É desnecessário falar de solidão face ao diferente raciocinar do homem que se contenta por ser um animal de sociedade imposta, mas se souberem o significado, ou pelo menos uma parte dele, entao partilho-vos a minha definição mais concreta e compreensivel em parte: Solidão? Prefiro sentir-me só.

quinta-feira, outubro 19, 2006

Serviço público em vez de lucro

Paulo Ribeiro, director do Teatro Viriato, em Viseu, diz que não "há palavras" para definir o que está acontecer no Teatro Rivoli, no Porto. Mas é com palavras que tenta manifestar a sua indignação. "É espantoso como uma cidade que foi, em 2001, Capital Europeia da Cultura, chega a este estado de aniquilamento e devastação". O criador acusa o actual Executivo camarário de liderar "um acto de terrorismo", deixando "o Porto mutilado", e fomentando o que diz ser "uma redundância" "Se a ideia é ter uma simples sala de espectáculos, o Coliseu já cumpre essa função".
Lamentando "a espécie de alergia que Rui Rio parece ter em relação ao pensamento e à criação", Paulo Ribeiro estabelece duas comparações a primeira com Lisboa, "que tem dois teatros municipais - S. Luiz e Maria Matos -, com uma programação intensa e de altíssima qualidade"; a segunda com o próprio teatro que dirige: "Temos 750 mil euros por ano, repartidos entre o Ministério da Cultura e a autarquia".
Neste contexto, como corrobora Victor Nogueira, do Teatro de Vila Real - o equipamento é gerido por uma empresa municipal constituída para esse efeito -, o Porto fica claramente em desvantagem em relação a outras cidades. "A Câmara está a cometer um erro estratégico muito grave. A principal função dos teatros municipais é assegurar uma filosofia de serviço público e não obter lucro. Ou deveremos exigir que a educação e a saúde sejam também rentáveis?", questiona.
Manuel Portela, do Teatro Académico Gil Vicente, em Coimbra, dá a resposta. "Se a programação for entregue à lógica de mercado, deixa de haver formação de novos públicos e experimentação artística e passa a haver meras salas de entretenimento". E acrescenta "A situação do Rivoli é muito semelhante à do teatro que dirijo: entre 1999 e 2005, a autarquia comparticipou 10% da programação; actualmente demitiu-se de qualquer apoio". Em Aveiro, Rui Sérgio, director artístico do Teatro da Trindade, só lamenta "que a ocupação do Rivoli seja tardia: não perde o mérito, mas perde o peso necessário para alterar a decisão de Rui Rio".
Fonte: Jornal de Notícias

quarta-feira, outubro 18, 2006

Itália proíbe programa que revelou uso de drogas por deputados

ROMA (Reuters) - O órgão italiano que protege a privacidade suspendeu na terça-feira a transmissão de um programa de TV satírico que constatou amplo consumo de drogas entre políticos. Mas a decisão apenas agravou a tempestade criada pelo anúncio do programa.

O programa Le Iene anunciou na segunda-feira que fez exames secretos com 50 deputados e constatou que quase um terço deles tinham consumido drogas nas 36 horas anteriores, sendo que 12 apresentaram resultado positivo para maconha e quatro para cocaína.

A façanha mais recente do Le Iene (As Hienas), programa conhecido por realizar apanhados que causam constrangimento a figuras públicas, ocupou as primeiras páginas da maioria dos jornais italianos na terça-feira. As reações dos políticos variaram da satisfação à revolta.

Um repórter do programa se fez passar por entrevistador de um programa de televisão satélite inexistente e procurou os deputados para ouvir suas opiniões sobre o orçamento provisório para 2007. Entre uma tomada e outra, um falso maquiador enxugou suas testas. As células coletadas pelas toalhas do "maquiador" foram submetidas a exames para a detecção de drogas.

O programa Le Iene vai ao ar na emissora Italia Uno, um dos três canais nacionais pertencente à Mediaset, empresa controlada pela família do ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi.

A decisão tomada pelo órgão protetor da privacidade de impedir a transmissão do programa, que estava previsto para ir ao ar na noite de terça-feira, foi tomada porque o material para os exames foi colhido de maneira secreta e ilícita.

Vários dos 50 deputados testados apelaram para que o programa fosse ao ar, e a deputada de direita do Parlamento Europeu Alessandra Mussolini, neta do ditador da 2a Guerra Mundial Benito Mussolini, disse que a decisão de suspender o programa mostra que a Itália é governada por um "regime" não liberal.

"A censura a uma investigação jornalística é um episódio grave que vou levar ao Parlamento Europeu. É uma vergonha", disse ela.

Ítalo Bocchino, da conservadora Aliança Nacional, que na segunda-feira tinha ameaçado processar os responsáveis pelo programa, disse que, em vista da reação pública, os exames de drogas devem ser feitos com todos os deputados e senadores.

"Desse modo os eleitores saberão se os representantes nacionais são pessoas que infringem suas leis relativas aos entorpecentes", disse ele. A AN, que é a oposição de centro-direita de Berlusconi, faz campanha pela proibição total do consumo de drogas.

Grupos de pressão liberais disseram que o Le Iene trouxe à tona a hipocrisia que cerca as leis italianas rígidas relativas às drogas. Essa postura é endossada também pelo ministro do Meio Ambiente e líder do Partido Verde, Alfonso Pecoraro Scanio.

"Foram aprovadas leis absurdas que castigam jovens por fumar um cigarro de maconha, e então descobrimos que há pessoas nos mais altos cargos políticos que consomem cocaína em excesso", disse ele.

Democracia

A democracia é um conceito extremamente abstracto, ou não existisse o democrata chefe?

segunda-feira, outubro 16, 2006

O sonho do homem

O sonho do homem, a resolução para o trânsito e a solução para menos acidentes.

E "se o homem sonha a obra nasce".

sexta-feira, outubro 13, 2006

Convite


Portugal vale a pena

Eu conheço um país que tem uma das mais baixas taxas de mortalidade de recém-nascidos do mundo, melhor que a média da União Europeia.

Eu conheço um país onde tem sede uma empresa que é líder mundial de tecnologia de transformadores.

Mas onde outra é líder mundial na produção de feltros para chapéus. Eu conheço um país que tem uma empresa que inventa jogos para telemóveis e os vende para mais de meia centena de mercados.

E que tem também outra empresa que concebeu um sistema através do qual você pode escolher, pelo seu telemóvel, a sala de cinema onde quer ir, o filme que quer ver e a cadeira onde se quer sentar.

Eu conheço um país que inventou um sistema biométrico de pagamentos nas bombas de gasolina e uma bilha de gás muito leve que já ganhou vários prémios internacionais.

E que tem um dos melhores sistemas de Multibanco a nível mundial, onde se fazem operações que não é possível fazer na Alemanha, Inglaterra ou Estados Unidos. Que fez mesmo uma revolução no sistema financeiro e tem as melhores agências bancárias da Europa (três bancos nos cinco primeiros).

Eu conheço um país que está avançadíssimo na investigação da produção de energia através das ondas do mar. E que tem uma empresa que analisa o ADN de plantas e animais e envia os resultados para os clientes de toda a Europa por via informática.

Eu conheço um país que tem um conjunto de empresas que desenvolveram sistemas de gestão inovadores de clientes e de stocks, dirigidos a pequenas e médias empresas.

Eu conheço um país que conta com várias empresas a trabalhar para a NASA ou para outros clientes internacionais com o mesmo grau de exigência. Ou que desenvolveu um sistema muito cómodo de passar nas portagens das auto-estradas. Ou que vai lançar um medicamento anti-epiléptico no mercado mundial. Ou que é líder mundial na produção de rolhas de cortiça. Ou que produz um vinho que "bateu" em duas provas vários dos melhores vinhos espanhóis.

E que conta já com um núcleo de várias empresas a trabalhar para a Agência Espacial Europeia. Ou que inventou e desenvolveu o melhor sistema mundial de pagamentos de cartões pré-pagos para telemóveis. E que está a construir ou já construiu um conjunto de projectos hoteleiros de excelente qualidade um pouco por todo o mundo.

O leitor, possivelmente, não reconhece neste País aquele em que vive - Portugal.

Mas é verdade. Tudo o que leu acima foi feito por empresas fundadas por portugueses, desenvolvidas por portugueses, dirigidas por portugueses, com sede em Portugal, que funcionam com técnicos e trabalhadores portugueses.

Chamam-se, por ordem, Efacec, Fepsa, Ydreams, Mobycomp, GALP, SIBS, BPI, BCP, Totta, BES, CGD, Stab Vida, Altitude Software, Primavera Software, Critical Software, Out Systems, WeDo, Brisa, Bial, Grupo Amorim, Quinta do Monte d'Oiro, Activespace Technologies, Deimos Engenharia, Lusospace, Skysoft, Space Services. E, obviamente, Portugal Telecom Inovação. Mas também dos grupos Pestana, Vila Galé, Porto Bay, BES Turismo e Amorim Turismo.

E depois há ainda grandes empresas multinacionais instaladas no País, mas dirigidas por portugueses, trabalhando com técnicos portugueses, que há anos e anos obtêm grande sucesso junto das casas mãe, como a Siemens Portugal, Bosch, Vulcano, Alcatel, BP Portugal, McDonalds (que desenvolveu em Portugal um sistema em tempo real que permite saber quantas refeições e de que tipo são vendidas em cada estabelecimento da cadeia norte-americana).

É este o País em que também vivemos.

É este o País de sucesso que convive com o País estatisticamente sempre na cauda da Europa, sempre com péssimos índices na educação, e com problemas na saúde, no ambiente, etc.

Mas nós só falamos do País que está mal. Daquele que não acompanhou o progresso. Do que se atrasou em relação à média europeia.

Está na altura de olharmos para o que de muito bom temos feito. De nos orgulharmos disso. De mostrarmos ao mundo os nossos sucessos - e não invariavelmente o que não corre bem, acompanhado por uma fotografia de uma velhinha vestida de preto, puxando pela arreata um burro que, por sua vez, puxa uma carroça cheia de palha. E ao mostrarmos ao mundo os nossos sucessos, não só futebolísticos, colocamo-nos também na situação de levar muitos outros portugueses a tentarem replicar o que de bom se tem feito.

Porque, na verdade, se os maus exemplos são imitados, porque não hão-de os bons serem também seguidos?

Nicolau Santos, Director - adjunto do Jornal Expresso In Revista Exportar

quinta-feira, outubro 12, 2006

Torre dos Clérigos

Historia da Torre dos Clérigo
Da autoria do pintor e arquitecto italiano Nicolau Nasoni, a Igreja dos Clérigos começou a ser construída em 1732. Foi uma das obras mais imponentes de Nasoni e é uma das representações mais marcantes do estilo barroco. Mas o verdadeiro "ex-libris" da cidade do Porto é a torre que se ergue na cabeceira da igreja.

Com 75 metros de altura, a Torre dos Clérigos foi erguida entre 1748 e 1763, também em estilo barroco. Na parte exterior da igreja avista-se uma escadaria dupla ornamentada de vasos esculpidos em pedra. Ainda no exterior, as estátuas de S. Pedro e de S. Filipe de Néri habitam dois nichos em forma de conchas.

O interior do templo é composto por uma nave de forma elíptica. Logo à entrada, uma imagem do Arcanjo S. Miguel segura um escudo de madeira. Na capela-mor encontra-se um trono com a imagem da Virgem e uma urna com os restos mortais de Nicolau Nasoni e do mártir Santo Inocêncio.
Clérigos Bohemia
O edifício e a emblemática torre dos Clérigos encontram-se em restauro, nada contra, a não ser que o esplendor edifício barroco, a imponente Torre e Igreja dos Clérigos, estão agora envoltos por uma tela gigante onde predomina o vermelho e se faz publicidade à cerveja Bohemia, com o Pierce Brosman a toda a altura da torre a convidar para beber uma Cervejinha que ainda por cima é Sagres.

Nada de mais, afinal de contas a receita original desta cerveja tem origens nos enclausuramentos dos mosteiros.

Não querendo ser regionalista ou parecer provinciano, talvez para o Porto fosse mais apropriada a Abadia da Superbock a cor escolhida nunca deveria ser o vermelho mas sim o azul e com uma figura nacional em vez do Pierce Brosman, mas logicamente que o mais apropriado seria colocar uns toldos onde fosse retratada uma imagem da própria Torre e Igreja dos Clérigos.

Ao abrigo do Programa "Porto com Pinta", programa da Câmara Municipal do Porto para restaurar o centro histórico do Porto, estabeleceu um protocolo que permitiu erguer a tela gigante que publicita a cerveja. O Sr. Presidente da Câmara, esse senhor que diz que não gosta de ler, não vê televisão, que critica a imprensa, que hostiliza e maltrata as instituições da cidade e que extingue as instituições que promovem a cultura (CulturPorto que funcionava no Rivoli), ainda faz estes atentados públicos ao património, numa altura em que somos invadidos de turista.

Eu já sabia que Rui Rio não gostava dos Portistas, das vendedeiras do Bolhão, dos promotores de arte e espectáculos e dos Portuenses em geral, mas ainda não sabia que não gostava do Porto e dos seus monumentos.

Mas o que realmente me custa é que o patrocínio não seja da Superbock a cor azul e o indivíduo o Pinto da Costa.

terça-feira, outubro 10, 2006

A Barriga do padre

A barriga do padre crescia cada vez mais.

Descartada a hipótese de cirrose, os médicos optaram por uma cirurgia exploratória, já que não encontravam uma razão para aquilo. A cirurgia mostrou que era uma mera acumulação de líquidos e o problema foi sanado.
Uns estudantes resolveram intervir e, quando o padre estava a acordar da anestesia, colocaram-lhe um bébé nos braços. O padre, espantado, perguntou o que era aquilo e os rapazes disseram que era o que ele tinha na barriga. Passado o espanto e tomado de ternura, o padre abraçou a criança e não quis separar-se mais dela. Como se tratava de um filho de mãe solteira que morrera durante o parto, os rapazes envidaram todos os esforços para que o padre ficasse com a criança.
Os anos passaram e a criança transformou-se num homem.
Um dia o padre, já velhinho e sentindo que a sua hora de partir estava a chegar,chamou o rapaze disse: " Meu filho! Tenho um grande segredo para te contar, mas tenho medo que fiques chocado". O rapaz, que já havia intuído de que se tratava, disse compreensivo: "Já sei. Adivinhei há muito tempo. O senhor vai dizer-me que é meu pai".
"Não, sou a tua mãe! O teu pai é o bispo de Leiria".

segunda-feira, outubro 09, 2006

O Porto a passo e olho de turista

Gostar da cidade natal é quase inato. Gostar mesmo dela não..
Mais do que as ruas, os edificios e seus habitantes, cada cidade tem a sua história, ritmo e espirito, e entre trabalhos, tarefas e afins nem damos conta do que existe mesmo à nossa volta!
Descobrir novos espaços dentro de um já conhecido torna-se uma experiência rica em sensações e estimulante para corpo e alma. Nos últimos tempos, e cada vez mais, tenho vindo a descobrir a "nossa" cidade e aprendido de que é feita a chamada invicta.. E há gostos para tudo e todos: esplanadas solarengas ao inicio da manha, cafés e salões de chá para confissoes e refúgios a dois, bares e espaços nocturnos mais modernos repletos de interesses e actividades para-além do lazer. Há também os jardins, escassos mas de uma certa maneira vitais e carismáticos,fontes de vitalidade, praças, avenidas, recantos.. tantos tão escondidinhos e imaculadamente assim mantidos e protegidos que quase não apetece dá-los e conhecer..
A passo e olho de turista descobri onde passar uma tarde em refúgio ou uma noite ao som de boa música, Conheci espaços ideais para visitar sozinha, outros acompanhada e, mais importante, aprendi a conhecer o ritmo e propósito de cada um.
Embora sem nenhuma outra para comparar, penso que o que me faz gostar do Porto é isto..ter vários espaços e zonas diferentes, numa corrente que se liga (quase) coerentemente e apta a todo o tipo de utilizações. E mais importante do que os aspectos visuais e riquezas culturais é saber onde encontrar o quê e conseguir, ao longo das estações do ano e disposições, encontrar sempre um sítio onde nos sintamos bem.
Por isto e pelo que conheço, gosto e recomendo,portanto, um olhar mais atento e um espirito mais curioso.

Beijos e abraços,
Inês.

domingo, outubro 08, 2006

the oceans away

Hold on to the thread
The currents will shift
Glide me towards...
You know somethings left
And were all allowed
To dream of the next,
the next, time we touch...

You dont have to stray
Tho oceans away
Waves roll in my thoughts
Hold tight the ring...
The sea will rise...
Please stand by the shore...
I will be...
I will be there once more...

sábado, outubro 07, 2006

Liga dos Ultimos - Highlights 2005

Só posso dizer que não há palavras pra decifrar tal algo...

quinta-feira, outubro 05, 2006

Lisboa a arder...

terça-feira, outubro 03, 2006

Liga Record

A Liga Record encontra agora um momento que pode servir de rescaldo mas também de análise aos últimos acontecimentos.

Em primeiro lugar e porque não seria justo se não o fizesse desejar boa sorte a todos os participantes na Liga Poeta-Record, mas ficam a saber que sou eu que não vai pagar o jantar.

Em segundo queria felicitar a quem por esta altura se encontra em primeiro lugar, uma conquista deste fim-de-semana, o nosso amigo Mário Barbosa. Felicito-te, mas por simpatia e cordialidade não posso deixar passar esta oportunidade sem te dizer que vai ser sol de pouca dura porque a pressão é muito alta e penso que ainda não estas preparado para a assumir a liderança.

Depois e porque não quero ser muito extenso parece-me a mim que seria injusto, se não fizesse uma referencia ao que até agora liderou durante mais tempo esta liga, o prof. Mora, que esta semana não foi um felizardo apostando nitidamente mal nos seus jogadores, mas que me parece que tem uma equipa consistente para lutar pelos lugares cimeiros (segundo lugar), apesar de esta semana mostrar alguma debilidade defensiva.

A Dukes Team esta adormecida, mostrando um futebol pouco atractivo e pouco eficaz e parece-me que dentro das próximas semana se as coisas não se alterarem podemos mesmo assistir a uma chicotada psicológica.

Porque como sabem sou eu que vai ganhar, não porque sou melhor mas sim porque deixo andar, resta-vos a todos lutar pelo segundo lugar.

sábado, setembro 30, 2006

O que faz uma loirinha depois de um acidente.

Quer dizer, por acaso, neste caso é uma loira mas podia ser uma morena, uma ruiva, uma negra ou uma branca mas logicamente que para fazer isto só podia ser uma mulher.

sexta-feira, setembro 29, 2006

E Recordar é Viver!!!!


A imagem fala por si. É difícil dizer qual deles o mais bem vestido!!!!

sexta-feira, setembro 22, 2006

PLEASE, please, please let me get what I WANT...

"Good times for a change
See, the luck I've had
Can make a good man
Turn bad
So please please please
Let me, let me, let me
Let me get what I want This time
Haven't had a dream in a long time
See, the life I've had
Can make a good man bad
So for once in my life
Let me get what I want
Lord knows, it would be the first time
Lord knows, it would be the first time"

quinta-feira, setembro 21, 2006

Materazzi Training

Feira de artesanato urbano no Parque da Cidade


Meninos, apareçam porque eu vou lá estar com as minhas coisinhas!
É já este sábado, junto ao picadeiro e àquele cafézinho que tem dentro do Parque da Cidade.
Ah! Não se preocupem com a chuva porque a feira vai decorrer num local coberto,junto ao núcleo rural/picadeiro.
Beijinhos,
Iva.

quarta-feira, setembro 20, 2006

Praxe e tradições académicas

Amigos, numa época de incio de aulas nas universidades de norte a sul deste pequeno país, que muitos lhe chamam o cu da Europa, mas que está denominado de Portugal, existe uma tradição académica de nome Praxe!

Sendo este tema algo de muito polémico, resolvi escrever umas linhasitas sobre a praxe!
A Praxe, para muitos é uma humilhação, pois acreditam que estar de olhos para o chão com uns méninhos de preto a cantar, a emburcar umas cervejolas e a rirem-se à parva é algo de muito sério e transcendental.

Será que essas pessoas quando eram crianças não brincavam? Eu quando era puto brincava bastante com os meus amigos, e muitas das vezes brincavamos às escolinhas, e o puto que geralmente fazia de professor era o mais velho, e exercia o seu poder sobre os pobres dos alunos, que no fundo eram os seus amigos.

Duma maneira simples e prática, a praxe não passa disso mesmo, uns méninhos vestidos de preto, que já passaram pelo que os caloiros estão agora a passar, e que no fundo estão a fazer com que estes caloiros se integrem na vida académica e na vida da própria universidade.
"mas há maneiras diferentes de se integrar os caloiros, sem os humilhar!!!" Pois, mas a Praxe no fundo é uma brincadeira, e tadito de quem pensa que aquilo é a sério... pois esses são uns frustrados! Mas há quem não goste daquilo de qualquer maneira, mas respeita quem gosta e fica em casa e não arma "a giga" só para mostrar "eu é que sou o maior, enfrentei aqueles gajos e declarei-me anti-praxe"! OK... a essas pessoas gostava de dizer que ninguem gosta de ter anti-praxes na sua vida académica, e se não gosta, fica em casa, pois as aulinhas começam apenas no fim da praxe!

Mas há praxes estupidas, e eu sou o principal defensor de um caloiro mal tratado ou humilhado a sério, porque sei muito bem que o "doutor" de 2 ou 3 matricula, apenas quer "sangue", e este sangue é um recurso estilistico, não levem o sangue a sério! Para isso existe um julgamento, onde caloiros, e principalmente "doutores" são julgados, havendo penas duras e severas para os pervaricadores.

Amigos, a praxe não passa de uma brincadeira que tem passado de gerações em gerações, e para aqueles mais sensiveis, aconselho a lerem o codigo de praxe original. Acreditem que vão achar a praxe actual um verdadeiro rebuçado!

A Praxe é dura, mas é a Praxe.
DVRA PRAXIS SED PRAXIS!

segunda-feira, setembro 18, 2006

Tomei uma atitude, deixei de fumar.

Na verdade nem dei pelo passar do tempo e não tenho celebrado o dia em que fumei o último cigarro. Sei que foi algures no Carnaval de 2004, em casa da Frade com a presença do Tiago. Já passaram mais de dois anos.

Tomei uma atitude, deixei de fumar, numa noite em que de tanto ter fumado fiquei enjoado, tinha fumado pelo menos uns três maços, foi mais uma noite em que era o sujeito passivo, o activo, esse que controlava a relação era sem duvida o cigarro, eu era o servo o submisso.
Era um dependente, um dependente, eu era um dependente…
Queremos ser o mais independentes possíveis, muitas vezes medindo força com quem nos quer bem (os nossos Pais ou conjugue), mas na primeira oportunidade deixamo-nos ficar dependentes de algo, de uma coisa que além de saber mal (lembrem-se da primeira vez), não sabemos porque nos apaixonamos por ele.
Com a maior facilidade ficamos agarrados, presos, subjugados, dependentes de um bem material mais do que a uma pessoa, julgo posso dizer que a raça humana é materialista, egoísta e egocêntrica. Os fumadores são o exemplo disso mesmo eu fui o exemplo disso mesmo, pois fumava em locais públicos, recintos fechados, na minha casa ou melhor na casa dos meus pais, sem me preocupar o que provocava ao alheio ou a quem partilhava comigo um espaço preocupando-me única e simplesmente de satisfazer as minhas necessidades.
Mas para deixar de fumar é preciso actuar, é preciso tomar uma atitude, mas para isso é preciso saber se, quer ou não se quer, quer-se mesmo ou não se quer mesmo, está-se farto ou enjoado ou doente, ou não se está farto ou enjoado ou doente. Deixar de fumar é simples, a força do vício somos nós que a damos e sabemos que a nossa força de vontade é capaz de arrasar e mover montanhas.
Se pensa que o faz para se imaginar (ou mesmo ficar!) mais saudável, nunca deixará de fumar, sucedendo-lhe o que sucede na esmagadora maioria dos casos comparativos: estando cinco dias (no máximo), depois a cervejinha ou o chocolate, pergaminhos convidando o regresso dos gramas esforçadamente perdidos entretanto, ou a tentativa da substituição dos cigarros por pastilhas elásticas, raramente as mastigo e certamente que não desceria ao ridículo de mascar todo o dia e por todo o lado, ou resolver a necessidade na nicotina com os adesivos mágicos de marca Nicottinell, que o seu resultado pratico só é eficaz porque nos lembremos do dinheiro gasto, ou o seu corpo farta-se de pretender que é um atleta e nem usa as aulas pagas até ao fim do mês no melhor ginásio das proximidades.
Os esforços não contam, não resultam, não se esforce por largar o tabaco, porque acaba novamente fraco, nos braços da nicotina embalados pelo alcatrão.
Não.
Não se esforçar, vai dar-se mal. Esforçar significa que na realidade você não quer parar de fumar, é um pretensioso, um fingido, está a enganar alguém, fez uma promessa que não pode cumprir. Ou está apenas a enganar-se a si próprio, está no seu direito e sobretudo não magoa nem desilude outrem, é apenas um tolo.
Você não se esforça: você simplesmente não fuma, ponto final parágrafo e não se fala mais nisso.
Deixar de fumar é ter perseverança. Somos capazes ou não somos capazes.
Deixar de fumar é radical. Não se faz um intervalo - seja de cinco semanas ou cinco anos.
Deixar de fumar é uma atitude. Regra geral é preciso muita coragem para tomar uma atitude, qualquer atitude, deixar de ter um cigarro por companhia ou uma mão sem saber o que fazer, não passa de uma atitude (calem-se as matracas “científicas”, a dependência da nicotina não é nada comparada com as dependências da alma).
Se quer deixar de fumar, não procure conselhos no Google.
Não peça conselhos a ninguém. É uma tarefa que ou se faz sozinho ou nem vale a pena dar-se ao trabalho.
Faça.
Tome uma atitude. Mude. Mude-se.

Ganhe balanço. Não é uma questão de “força de vontade”, de “esforço”, de “combater a dependência”, de “fazer-lhe a vontade”, de “ganhar a aposta” - em suma, de brilhar (para isso um cigarro entre os dedos tem mais charme).
E quando é que uma pessoa sabe que deixou realmente de fumar?
Eu simplesmente soube. Já tinha tentado antes, uma vez estive quase um mês, foi bom, aliviou, mas eu sabia que não deixava coisa nenhuma. Era um intervalo. Umas férias, um alívio. Nada contra: faz bem, seja como for.
Até aos três meses contei o tempo, a tosse nocturna seca das e as muitas noites mal dormidas faziam-me lembrar todos os dias passados. Uma tortura consentida. Até aos seis meses tinha a consciência de quão ténue é este tipo de triunfo de uma parte de nós sobre outra. Em qualquer altura, intui-se, um acontecimento banal, um gesto de alguém que fuma, uma cena num filme, o azul do fumo a esvair-se — e quebramos. Eu tinha essa consciência.
Há quem diga que antes de uns três anos ninguém se pode considerar um ex-fumador. Admito. Eu não me considero um ex-fumador. Eu sei que deixei de fumar e sei que não volto a fumar. Soube-o por volta dos quatro ou cinco meses. Hoje sei-o mais convictamente, se tal coisa se pode dizer.
Finalizo: não é com “força de vontade” nem com produtos nem com abstinência forçada. Deixar de fumar é tomar uma atitude. Nem moralizo sobre a atitude “certa” ou “correcta” ou “saudável”, não é um juízo. É apenas uma atitude de vida que se muda porque se quer mudar quando se quer mudar.

domingo, setembro 17, 2006

Mr. Tambourine Man

Hey! Mr. Tambourine Man, play a song for me,
I'm not sleepy and there is no place I'm going to.
Hey! Mr. Tambourine Man, play a song for me,
In the jingle jangle morning I'll come followin' you.

Though I know that evenin's empire has returned into sand,
Vanished from my hand,
Left me blindly here to stand but still not sleeping.
My weariness amazes me, I'm branded on my feet,
I have no one to meet
And the ancient empty street's too dead for dreaming.

Hey! Mr. Tambourine Man, play a song for me,
I'm not sleepy and there is no place I'm going to.
Hey! Mr. Tambourine Man, play a song for me,
In the jingle jangle morning I'll come followin' you.

Take me on a trip upon your magic swirlin' ship,
My senses have been stripped, my hands can't feel to grip,
My toes too numb to step, wait only for my boot heels
To be wanderin'.I'm ready to go anywhere, I'm ready for to fade
Into my own parade, cast your dancing spell my way,I promise to go under it.

Hey! Mr. Tambourine Man, play a song for me,
I'm not sleepy and there is no place I'm going to.
Hey! Mr. Tambourine Man, play a song for me,
In the jingle jangle morning I'll come followin' you.

Though you might hear laughin', spinnin', swingin' madly across the sun,
It's not aimed at anyone, it's just escapin' on the run
And but for the sky there are no fences facin'.
And if you hear vague traces of skippin' reels of rhyme
To your tambourine in time, it's just a ragged clown behind,
I wouldn't pay it any mind, it's just a shadow you're
Seein' that he's chasing.

Hey! Mr. Tambourine Man, play a song for me,
I'm not sleepy and there is no place I'm going to.
Hey! Mr. Tambourine Man, play a song for me,I
n the jingle jangle morning I'll come followin' you.

Then take me disappearin' through the smoke rings of my mind,
Down the foggy ruins of time, far past the frozen leaves,
The haunted, frightened trees, out to the windy beach,
Far from the twisted reach of crazy sorrow.
Yes, to dance beneath the diamond sky with one hand waving free,
Silhouetted by the sea, circled by the circus sands,
With all memory and fate driven deep beneath the waves,
Let me forget about today until tomorrow.

Hey! Mr. Tambourine Man, play a song for me,
I'm not sleepy and there is no place I'm going to.
Hey! Mr. Tambourine Man, play a song for me,
In the jingle jangle morning I'll come followin' you.

Bob Dylan

ÍCONE DA SAPATARIA EM PLÁSTICO

A tradicional marca Melissa, que transformou sapatos de plástico em objectos de desejo e de procura e que actualmente tem os seus produtos vendidos em lojas de grandes marcas, tornou-se num ícone pop.

Não um ícone qualquer, mas um ícone da geração menina Floribela (já sabem porquê) ou da geração mulher de plástico (devido aos silicones). Os famosos sapatos Melissa adequam-se a estas duas gerações que de tanto diferente e destantes parecem ter e estar, mas que tem um gosto semelhante, os sapatos.

Analisando o material dos sapatinhos Melissa, estou convicto que derivam ou melhor descendem das famosas galochas de borracha que utilizava quando tinha oito anos, por obrigação da minha mãe, para não molhar os pés e com isso ficar constipado.

Mas as galochas têm um sentido prático que é a protecção da chuva, mas também inconvenientes, como não deixar respirar os pés e serem feitas de PLASTICO, mas as Melissas, pelos menos daquelas que eu vi e conheço, não tem o sentido pratico a não serem serem sapatos e são esteticamente feias, não protegem minimamente da chuva e ainda por cima não deixam os pés respirar, a não ser aquelas que têm mais buracos que um pró-Sadam Hussein ou um elemento da Alkaeda depois de ter encontrado um americano com uma metralhadora.

Mas logicamente que o gosto é discutível, nem quero julgar a falta de gosto desta ou daquela pessoa por calçar estes famosos sapatinhos, o que me faz escrever neste blog sobre esses famosos sapatinhos são toda a ausência de essência que representam.

Vejamos porquê. Como as Havaianas, os Melissa eram sapatos utilizados por pessoas com poucas ou nenhumas capacidades financeiras do Brasil, feito de material barato pouco confortável, pouco higiénico (devido á transpiração) e ainda por cima não reciclável. Hoje em dia, alguns já são recicláveis, mas estão cada vez estão mais caros e com tendência a subir e os pobres mais uma vez sem calçado para o seus orçamentos.
Porque as menininhas apoderaram-se e fizeram destes uma moda tornando-os em sapatos de rico ou em sapatos de uma elite em vez dos sapatos do povo (lei do mercado capitalista = lei do mais forte).

Esta tendência e explosão dos Melissa é uma clara demonstração que a moda (se isso pode ser considerar como tal), faz parte de uma cultura de massas, e que os nossos desejos e ambições são guiados pelas pertença dos outros, ou seja, nós só queremos obter o que não temos e os que muitos têm ou desejam, sendo por isso e quanto a mim uma demonstração de inveja, egocentridade, vulgaridade e falta de criatividade, agravado quando são pessoas pertencente ao mesmo grupo de amigos e todos ou melhor todas procuram o mesmo.
Não tenho nada contra quem usa este tipo de sapatos, mas julgo que a moda em Portugal não importa o que é de bom mas sim o que de mau é produzido por este mundo fora.