terça-feira, fevereiro 06, 2007

Aborto

Amigos... passado tanto tempo, chegou a hora de inserir mais um post neste blog que muito ja deu que falar! Mas como tenho todos os membros desta comunidade como pessoas de bem e tolerantes (apesar de por vezes as opiniões saírem um pouco inflamadas), resolvi postar a minha opinião sobre a IVG (Interrupção Voluntária da Gravidez).
Ora bem, no domingo, quando tiver a caneta na mão e o boletim de voto, onde vou ter de pôr uma cruz num quadrado, e tendo em conta que essa cruz pode ser importante para a sociedade onde para já estou inserido, confesso-vos que vou votar "Sim"!
O principal motivo que me leva a isso, é o simples facto de não me considerar um hipócrita, pois sei bem que se votasse não, o aborto nunca iria deixar de ser praticado! Em Portugal numa qualquer clínica privada clandestina, num barraco, por um médico, enfermeiro, habilidoso, ou então para quem a vida deu um rumo melhor, ir "comprar caramelos a Espanha"!
Desde já, não quero que interpretem isto como um insulto a quem vai votar "Não" quando disse que me consideraria um hipócrita!
Tal como referi, é um problema existencial, que me acompanha nesta minha vida.
Eu, não sou ninguém para pensar que quem vota "Não", é hipócrita ou outra coisa qualquer, mas se o fizesse, sentiria esse peso!
Mas ao votar "Sim", tenho receio que alguns problemas surjam, tais como o aborto tornar-se num método contraceptivo, o que na minha opinião seria terrível. Os defensores do sim dizem que isso não irá acontecer, mas o número de pílulas do dia seguinte tem aumentado de dia para dia. Algo que me deixa preocupado!
O que peço a todos os que me estão a ler, é que na medida dos possíveis, VOTEM!
SIM ou NÃO...
O importante é darem o vosso contributo neste tema importantíssimo para todos nós!
E já agora, para aqueles que sempre defenderam o "Sim" e que acham que esta lei deveria ser aprovada em Assembleia da República, pois o erário público está em dificuldades, eu respondo que esta decisão de referendar foi a melhor decisão política do Governo de José Sócrates, e provavelmente o dinheiro mais bem gasto desta governação Socialista... Estou à vontade para dizer isto, pois todos me conhecem como um grande crítico do "Modelo Socrático" deste Portugal!

Votem e fiquem bem!!!

4 comentários:

Anónimo disse...

15 QUESTÕES SOBRE O REFERENDO

1 - QUAL A QUESTÃO QUANDO SE FALA DE DESPENALlZACÃO DO ABORTO ?
Em 1984 legalizou-se o aborto em Portugal, mas os prazos dessa lei foram alargados em 1997. Nesse ano tornou-se legal abortar por razões de saúde da mãe até às 12 semanas ou até aos 9 meses no caso de perigo de morte ou grave lesão para esta, até às 24 semanas (6 meses) no caso de deficiência do feto, até às 16 semanas no caso de violação. O referendo de 2007 propõe que a mulher possa abortar até às 10 semanas nos hospitais e em clínicas privadas, com os serviços pagos pelos nossos impostos, sem ter que dar qualquer razão (por não estar satisfeita com o sexo do bebé, por exemplo), e inclusivamente contra vontade do pai da criança. De facto, trata-se duma legalização e liberalização do aborto.

2 - MAS QUEREM QUE AS MULHERES QUE ABORTAM VÃO PARA A CADEIA ?
Uma mãe apanhada a roubar pão para um filho com fome não vai presa, precisa é de ajuda, e lá por isso ninguém diz que o roubo deve ser legalizado e feito com a ajuda da polícia. É importante que as pessoas saibam que o aborto é um mal e por isso é punível por lei, mas as penas têm um objectivo pedagógico (colaboração com instituições de solidariedade social, por ex.), sendo a possibilidade de prisão, tal como no caso do crime de condução sem carta, considerado um último recurso. Há mais de 30 anos que nenhuma mulher vai para a cadeia por ter abortado e a ida a Tribunal (já muito rara) evita-se sem ter que mudar a lei. O importante é ver quantas vidas uma lei salva...

3 - O BEBÉ TEM ALGUMA PROTECCÃO LEGAL ?
A sociedade deve considerar que todos, e especialmente os mais fracos e desprotegidos, merecem protecção legal; mesmo na lei de 1984 este era o princípio base, no qual se abriam algumas excepções. A liberalização do aborto muda esse princípio base, como se a sociedade portuguesa dissesse que há seres humanos com direitos de vida ou de morte sobre outros seres humanos, admitindo que o mais forte imponha a sua vontade ao mais fraco sem que este tenha quem o defenda.

4 - DIZEM QUE O FETO AINDA NÃO É PESSOA E POR ISSO NÃO TEM DIREITOS…
Dentro da mãe não está com certeza um animal ou uma planta, está um ser humano em crescimento com todas as suas caracteristicas em potência desde o momento da concepção. Dependente da mãe, como estará durante muito tempo depois de nascer - pois se deixarmos um bebé no berço sem o alimentarmos ele morre - dependente como muitos doentes ou idosos. Será que por isso estes também não são pessoas, nem têm direitos? É por serem mais frágeis que os bebés, dentro ou fora do seio materno, os doentes e idosos, precisam mais da protecção legal dada por toda a sociedade.
Em 1857 o Supremo Tribunal dos EUA decretou que os escravos legalmente não eram pessoas e portanto estavam privados de protecção constitucional. Queremos fazer o mesmo aos bebés ainda não nascidos?

5 - E OS PROBLEMAS DA MULHER ?...
A suposta solução dos problemas dum ser humano não pode passar pela morte doutro ser humano. Esse é o erro que está na base de todas as guerras e de toda a violência. A mulher em dificuldade precisa de ajuda positiva para a sua situação. A morte do seu filho será um trauma físico e psicológico que em nada resolve os seus problemas de pobreza, desemprego, falta de informação. Para além disso, a proibição protege a mulher que muitas vezes é fortemente pressionada a abortar contra vontade pelo pai da criança e outros familiares, a quem pode responder que recusa fazer algo proibido por lei. Nos estudos que existem, referentes aos países onde o aborto é legal, mais de metade das mulheres que abortaram afirmam que o fizeram obrigadas.

6 - MAS A MULHER NÃO TEM O DIREITO DE USAR LIVREMENTE O SEU CORPO ?
A mulher tem o direito de usar o seu corpo, mas não de dispor do corpo de outro. O bebé não é um apêndice que se quer tirar, é um ser humano único e irrepetível, diferente da mãe e do pai, cujo coração já bate aos 18 dias, com actividade cerebral visível num electroencefalograma desde as 6 semanas, com as características físicas e muitas da personalidade futura presentes desde o momento da concepção.

7 - E QUANTO À QUESTÃO DA SAÚDE DA MULHER QUE ABORTA ?
Legal ou ilegal, o aborto representa sempre um risco e um traumatismo físico e psicológico para a mulher. Muitas vezes o aborto é-lhe apresentado como a solução dos seus problemas, e só tarde demais ela vem a descobrir o erro dessa opção. O aborto por sucção ou operação em clínicas e hospitais legais, pode provocar cancro de mama, esterilidade, tendência para aborto espontâneo, infecções que podem levar à histerectomia, depressões e até suicídios. O aborto químico (comprimidos), cujos efeitos sobre a mulher são em grande parte desconhecidos, quadruplica o risco da mulher vir a fazer um aborto cirúrgico. O trauma pós-aborto deixa múltiplas sequelas psicológicas durante anos.

8 - E QUANDO A MULHER NÃO TEM CONDIÇÕES ECONÓMICAS PARA CRIAR UM FILHO ?
Quem somos nós para decidir quem deve viver ou morrer? Para decidir quem será ou não feliz por causa das condições no momento do nascimento? O destino de cada um é uma surpresa, basta ver quantas estrelas milionárias do futebol vieram de bairros de lata. Deviam ter sido abortadas? Uma mãe com dificuldades precisa de ajuda para criar os seus filhos, abortar mantê-la-á na pobreza e na ignorância, o que só leva ao aborto repetido.

9 - MAS TEM QUE SE ACABAR COM O ABORTO CLANDESTINO...
, E verdade, temos mesmo é que acabar com o aborto, que ninguém pense que precisa dele, mas a despenalização não ajuda em nada à sua abolição. Em todos os países, após a despenalização aumentou muito o aborto legal (segundo a Eurostat, no Reino Unido 733%, por ex.), mas não diminuiu o aborto clandestino, pois a lei não combate as suas causas (quem quer esconder a sua gravidez não a quer revelar no hospital, por exemplo). E após os prazos legais regressa tudo à clandestinidade. A diminuição do aborto passa por medidas reais e positivas de combate às suas causas, e não há melhor forma de ajudar os governos a demitirem-se destas prioridades do que despenalizar o aborto. O que importa é ajudar a ver as situações pelo lado positivo e da solidariedade, e não deixar que muitas mulheres se vejam desesperadamente sós em momentos extremamente difíceis das suas vidas. É preciso que elas saibam que há sempre uma saída que não passa pela morte de ninguém, e que há muitas instituições e pessoas de braços abertos para as ajudarem, como as muitas dezenas delas que têm vindo a ser criadas ao longo do país e com o apoio dos vários movimentos “pela vida”.

10 –A DESPENALlZACÃO SERIA SÓ PARA AS MULHERES ?
Não. A despenalização abrange todos: médicos, pessoas com fortes interesses económicos nesta prática, pessoas que induzem ao aborto Pessoas que na lei de 1984/97 tinham penas muito mais pesadas que a
própria mulher. As leis pró-aborto abrem as portas ao grande negócio das Clínicas Privadas Abortivas e aos acordos para o Estado pagar esses serviços, enquanto os verdadeiros doentes esperam anos para serem atendidos sem terem direito a essas regalias.

11 - MAS A DESPENALlZACÃO NÃO OBRIGA NINGUÉM A ABORTAR...
Está provado que a despenalização torna o aborto mais aceitável na mentalidade geral, e por isso mesmo leva na prática ao aumento do número de abortos. A lei não só reflecte as convicções duma sociedade como também forma essa mesma sociedade. O que é legal passa subtilmente a ser considerado legítimo, quando são duas coisas muito diferentes.

12 - PORQUE SE PROPÕEM PRAZOS PARA O ABORTO LEGAL ?
Não há nenhuma razão científica, ética, ou mesmo lógica para qualquer prazo. Ou o bebé é um ser humano e tem sempre direito à vida, ou é considerado uma coisa que faz parte do corpo da mãe e sobre o qual esta tem sempre todos os direitos de propriedade. Os próprios defensores da despenalização sabem que o aborto em si mesmo é um mal e que a lei tem uma função dissuasora necessária, por isso mesmo não pedem a despenalização até aos nove meses. No entanto, é de perguntar porque é que até às 10 semanas mulheres e médicos não fazem mal nenhum, e às 10 semanas e um dia passam a ser todos criminosos.

13 - SEGUNDO A LEI O PAI DA CRIANÇA TEM ALGUM DIREITO OU DEVER NESTA DECISÃO ?
Não, o homem fica sem nenhuma responsabilidade, e também sem nenhum direito. A mulher pode abortar o filho dum homem contra a vontade dele. Quando a mulher decide ter a criança a lei exige que o pai, mesmo contra vontade, lhe dê o nome, pensão de alimentos e até acompanhamento pessoal, mas se decide não o ter o pai não pode impedir o aborto - fica excluído na decisão de vida ou de morte do seu próprio filho.

14 - O ABORTO É UM PROBLEMA RELIGIOSO, OU ABRANGE OS DIREITOS DO HOMEM ?
O aborto ataca os Direitos do Homem. O direito à Vida é a base de todos os outros. O direito de opção, o direito ao uso livre do corpo, o direito de expressão... todos os direitos de que usufruímos, só os temos porque estamos vivos, porque nos permitiram e permitem viver. Ao tirarmos a vida às nossas crianças estamos também a roubar-lhes todos os outros direitos. A Declaração dos Direitos do Homem explicita que estes são universais, ou seja, são para todos. Porque é que alguns bebés, só porque não são planeados, devem ser excluídos dos direitos de toda a humanidade?

15 - SER CONTRA A DESPENALlZACÃO NÃO É SER INTOLERANTE E RADICAL ?
Não, o aborto é que é totalmente intolerante e radical para com a criança, porque a destrói; não lhe dá quaisquer direitos, não lhe dá opção nenhuma. O "Sim" ao aborto tem em conta a posição dum só dos intervenientes, a mulher, pensando erradamente que a ajuda. O "Não" ao aborto obriga-nos a todos, individualmente e como sociedade, a ter em consideração os dois intervenientes. Ao bebé temos de proteger e de permitir viver. À mãe temos de ajudar para que possa criar o seu filho com amor e condições dignas ou para que o possa entregar a quem o faça por ela, através de adopção.

Joel Azevedo disse...

COELHO,

PARABENS.

Primeiro, por iniciares mais um tema de extrema importância mas que já deveria estar, isso sim, resolvido e legislado como na grande maioria dos países desenvolvidos á muito tempo.

Em segundo, por dares a cara pela tua opinião e não teres vergonha da opinião que tens e que defendes.

Em terceiro, por essa opinião ser a que é. Eu sei que defendes, tal qual como eu, que as mulheres não façam abortos como forma de prevenção mas sim que não sejam julgadas perseguidas e ou condenadas por optarem por essa via.

Em quarto, para combater a clandestinidade que a lei actual provoca e para melhorar as condições em que muitas mulheres portuguesas têm quando tomam essa opção.

Em quinto, porque sabemos que as mulheres continuaram a suportar os custos económicos dos abortos, mesmo nos hospitais, a não ser que provem que não tem condições financeiras e combater-se-á a corrupção e a economia paralela provocado pelas clínicas clandestinas e ilegais que hoje existem.

Em sexto, porque ao fazerem num estabelecimento medicamente assistido e legalmente autorizado entraram certamente menos mulheres nos hospitais por abortos mal feitos que põe em perigo a saúde e a fertilidade da mulher.

Abraço,

Joel Azevedo

Dario disse...

Muito boa tarde a toda a comunidade, sobre esta questão problemática em que a nossa sociedade esta absorvida nestas últimas semanas, eu honestamente não tenho uma opinião, porque, por um lado defendo a vida acima de tudo, e por outro lado, acho que o aborto é um acto individual e da consciência de cada individuo, por isso honestamente, não vou votar, por um lado, porque deixo à consciência de cada um fazer o que acha mais correcto, depois porque estou a dar aulas nos açores, e como tal não puderei exercer o meu dever civico.
Apenas deixo uma questão no ar...
bem sei que se o não ganhar o aborto clandestino vai continuar a existir, mas se o sim ganhar, alguém pode afirmar categoricamente que esta conduta vai acabar, ou seja, que nunca mais ninguém ira recorrer ao aborto ilegal???

Saudações directamente dos Açores, Dario Coelho

Anónimo disse...

Boa tarde,

1º Eu voto sim.
2º Eu voto sim à pergunta feita no referendo, não querendo dizer que sou a favor ou contra qualquer lei que ainda vai ser elaborada.
3º Passando as questões morais , que essas são de cada um, temos que pensar que se houver um acompanhamento clínico, por parte do sistema nacional de saúde, poderemos assim evitar IVG's, que não serão avaliadas se forem feitas num estabelecimento clandestino. Se a "tal" lei de que se fala for aprovada, de certeza que haverá um seguimento por parte de médicos, assistentes sociais e psicólogos, de maneira que não se faça um "aborto" porque sim... e se ele for mesmo feito haverá um seguimento por parte dessas mesmas pessoas que avaliaram a mulher antes, para que não torne a acontecer.
Há pessoas que dirão que já existem consultas gratuitas de planeamento familiar; há! Mas quem vai fazer a IVG a um estabelecimento clandestino não é encaminhado para lá pois nao?
O voto do sim não é um voto a favor do aborto,é um voto de liberdade e ao mesmo tempo um voto de contenção de IVG's.

Obrigado pela vossa atenção,

João Eurico Costa