quinta-feira, agosto 31, 2006

FIFA chama Madaíl


ORGANISMO DEVE ANUNCIAR SUSPENSÃO DE PORTUGAL

A Selecção Nacional (bem como os clubes portugueses) pode vir a ser suspensa pela FIFA


Gilberto Madaíl estará hoje em Zurique, na sede da FIFA, para explicar aos responsáveis máximos do futebol mundial os mais recentes contornos do caso Mateus. A viagem do presidente da Federação Portuguesa de Futebol acontece com carácter de urgência e a pedido expresso do executivo liderado por Joseph Blatter que comunicará ao dirigente português a intenção de suspender Portugal do seu primeiro jogo oficial na qualificação para o Euro’2008.
Segundo Record apurou, Madaíl vai explicar à FIFA que a FPF já tomou todas as medidas possíveis para tentar estancar as acções judiciais civis realizadas pelo Gil Vicente, inclusivamente a alegação de interesse público para suspender a última acção judicial.
Recordemos que os dirigentes da organização mundial de futebol já tinham dado conhecimento do desagrado que a situação lhes causa, à face das regras por si instituídas e que quer ver acatadas por todos os seus filiados, sejam federações ou associações nacionais, sejam clubes.
Fonte: Record

OITO MESES DE UM CASO

JANEIRO
Dia 12 A Liga e a Federação Portuguesa de Futebol recusam a inscrição do internacional angolano Mateus por parte do Gil Vicente.
19 A Liga é notificada pelo Tribunal Administrativo de Braga de que existe um recurso do caso para aquele tribunal. Este, contudo, declara-se incompetente para julgar o caso, por entender que se trata de um caso meramente desportivo.
27 O jogador coloca uma providência cautelar no Tribunal Administrativo do Porto e consegue a sua inscrição.
31 O director executivo da Liga, Cunha Leal, aceita o registo provisório do futebolista angolano.
MAIO
9 Pela primeira vez, já terminado o campeonato, surge na Liga uma queixa contra o facto de o Gil Vicente ter recorrido para os tribunais comuns. A participação partiu do Belenenses. Antes, Académica e Setúbal também tinham feito participações, mas apenas tendo por base a utilização irregular de Mateus.
JUNHO
1 A comissão disciplinar da Liga analisa o caso e aparentemente é dada razão ao Belenenses. Nesse encontro, o conselheiro Domingos Lopes pede dispensa por considerar que existia "colisão de ordem familiar e pessoal", uma vez que era filho de um dirigente do Gil Vicente.
9 Nova reunião. Domingos Lopes repensa e diz que afinal vai votar. Gomes da Silva, presidente da CD, supostamente altera o seu sentido de voto e a decisão fica empatada a dois votos. Gomes da Silva invoca então o seu voto de qualidade e ganha o Gil Vicente. Os conselheiros Pedro Mourão e Frederico Cebola, vencidos, tecem fortes acusações aos colegas.
16 Pedro Mourão apresenta a demissão de conselheiro da comissão disciplinar.
19 O Belenenses apresenta recurso desta decisão no conselho de justiça da FPF.
20 Frederico Cebola também apresenta a sua demissão.
30 O presidente da assembleia geral da Liga, Adriano Afonso, não aceita as demissões.
JULHO
6 O recurso do Belenenses é aceite pelo conselho de justiça, que remete o processo novamente para a CD.
18 O Gil Vicente apresenta um incidente de suspeição contra Mourão e Cebola.
20 Gomes da Silva demite-se em vésperas de a comissão disciplinar se reunir para analisar novamente o processo.
21 Domingos Lopes também se demite, o que deixa a comissão disciplinar sem quórum. Adriano Afonso nomeia um novo conselheiro, José Fonseca da Silva, entregando a presidência da comissão disciplinar a Pedro Mourão.
AGOSTO
1 Na reunião seguinte, Pedro Mourão, Frederico Cebola e José Fonseca da Silva reconhecem razão ao Belenenses. O Gil Vicente baixa de escalão.
7 O clube de Barcelos recorre desta decisão para o conselho de justiça da Federação Portuguesa de Futebol.
22 O conselho de justiça mantém o acórdão da comissão disciplinar. O Gil Vicente é despromovido. A Liga nessa mesma data coloca o Gil Vicente na Liga de Honra e o Belenenses na Liga.
23 O Gil Vicente coloca uma providência cautelar no Tribunal Administrativo de Lisboa para anular a decisão do conselho de justiça.
25 O Tribunal Administrativo de Lisboa aceita a providência cautelar. A comissão executiva toma conta do despacho e recoloca o Gil Vicente na Liga e o Belenenses na Liga de Honra. O Leixões apresenta também um recurso no sentido de ser promovido à Liga no caso de despromoção do Gil Vicente e o conselho de justiça suspende os jogos da primeira jornada em que participavam Benfica, Belenenses, Gil Vicente e Leixões. No mesmo dia, a FIFA notifica a FPF para agir disciplinarmente contra o Gil Vicente. A FPF, por seu lado, notifica a Liga no sentido de instaurar mais um processo disciplinar aos gilistas.
29 A FPF informa a Liga que os serviços jurídicos da federativos contactaram em meados de Janeiro o director executivo da Liga, Cunha Leal, no sentido de proceder à abertura do competente procedimento disciplinar ao Gil Vicente. Diligência da qual não obtiveram resposta.
29 A comissão executiva participa do Gil Vicente às instâncias desportivas pelo facto de o clube ter recorrido novamente para os tribunais judiciais. Ao mesmo tempo, mandou instaurar um processo de averiguações a fim de apurar responsabilidades relativas à tramitação administrativa, jurídica e disciplinar do caso Mateus.

terça-feira, agosto 29, 2006

"Modern Times", novo disco de Bob Dylan, é lançado hoje

Depois de uma campanha de marketing que o envolveu em secretismo, Modern Times, o novo disco de Bob Dylan é hoje lançado mundialmente. A sua editora, Sony-BMG, organizou em Julho, em Nova Iorque, uma audição do novo álbum para alguns jornalistas europeus e americanos e em alguns casos, como em Portugal, não foi permitido falar dele antes do lançamento.

E como lembrava ainda o "El País", a sua entrevista à Rolling Stone (que fez capa com o músico) também deu que falar: Dylan disse que nos últimos 20 anos ninguém tinha editado um disco "decente". "Todos gostamos de discos que tocam em leitores de CD, mas sejamos francos, esse tempo já passou. Fazemos o melhor que podemos, lutamos contra essa tecnologia de todas as maneiras, mas não conheço ninguém que tenha feito um disco com som decente nos últimos 20 anos. (...) Até estas canções [de Modern Times] provavelmente soaram dez vezes melhor no estúdio quando as gravámos." E terminou falando sobre os downloads de música ilegais: "Porque não? Não valem nada, de qualquer forma..."
Modern Times, um título que alguns têm dito que é irónico ("as particularidades do presente significam cada vez menos para o escritor de canções que mudou radicalmente e definitivamente a música pop nos anos 60", escreve o The New York Times), é o último de uma trilogia que começou com Time Out of Mind (1997) e continou com Love and Theft, editado a 11 de Setembro de 2001.
Na entrevista à Rolling Stone, Bob Dylan explicava ainda por que é que fala de Alicia Keys numa das canções, Thunder on the mountain: "Lembro-me de a ver nos Grammys. Acho que estava na cerimónia com ela, não a conheci ou coisa parecida. Mas disse a mim próprio: "Não há nada nesta rapariga de que eu não goste"".
Produzido pelo próprio com o pseudónimo de Jack Frost, Modern Times é o seu 44.º álbum. O disco tem dez canções, escritas segundo o próprio, "em transe, num estado hipnótico".
Modern Times surge numa altura em que se fala do renascimento da carreira de Bob Dylan. Recebeu dois Grammys pelos dois últimos álbuns, um Óscar pela melhor canção (Things have changed) do filme Wonder Boys, viu no ano passado ser estreado um documentário para televisão que lhe foi dedicado, No Direction Home: Bob Dylan, de Martin Scorsese, e teve a publicação do seu livro de memórias, Crónicas: Volume I (Verbo) - Dylan por ele próprio. Como dizia ao PÚBLICO Michael Gray, autor de um compêndio sobre Dylan (The Song & Dance Man), há uma razão pela qual se pode afirmar que o filme de Scorsese está a fazer história: "O que o filme de Scorsese fez, ao passar na televisão mainstream, foi oficializar Dylan como uma das estrelas do século XX, como Marlon Brando, James Dean ou Marilyn Monroe. (...) Scorsese tornou oficial que Dylan é um herói americano".
Além disso, há I"m not there?, o projecto de Todd Haynes sobre Bob Dylan em que sete actores (homens e mulheres) vão fazer de Bob Dylan. E desde Maio que Dylan tem um programa na rádio, Theme Time Radio Hour, difundido na XM Radio, uma estação radiofónica por satélite, acessível através de assinatura e no qual iria passar o novo álbum.
Fonte: Público

sábado, agosto 26, 2006

O que é a Mulher

È um Animal que vive habitualmente nas proximidades do Homem e que é pouco susceptível a domesticação.
Das espécies predadoras, esta é a mais amplamente disseminada, infestando todas as partes habitáveis do mundo, desde as graciosas montanhas da Gronelândia à virtuosa costa da Índia. A mulher é ágil e elegante nos seus movimentos, omnívora e pode ser ensinada a não falar.




Verdades Cruéis
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Acreditar em mulheres
É coisa que ninguém faz;
Tudo quanto amor constrói
A incostância desfaz.
Hoje amam, amanhã ´squecem,
Ora dores, ora alegrias;
E o seu eternamente
Dura sempre uns oito dias!...
De Florbela Espanca

O Menino da Lágrima

Não se sabe bem quando é que este autêntico mamarracho invadiu os lares dos portugueses, mas o fenómeno é internacional e, curiosamente, polémico


O Menino da Lágrima não é só um. Há pelo menos 56 versões, mas os "origi­nais", os "genuínos", são apenas 27. A his­teria que se desenvolveu em torno deste fenómeno de vendas dos anos 80 é que es­tá a assumir proporções preocupantes, pe­lo menos no que toca à saúde mental dos seus possuidores ou ex-possuidores. Comecemos pelo princípio.


Um pintor, que umas vezes é brasileiro, outras italiano, outras espanhol, e que umas vezes se chama J. Bragolin, outras simplesmente Bragolin, outras Giovanni Bragolin, parece que afinal se chamava era Franchot Seville quando era espanhol - não-obstante o nome ter mais de francês que de cas­telhano. Estamos em Madrid, corre o ano de 1969 e, na rua onde o nosso Seville/Bragolin tem o seu ateliê, anda um miúdo sem família, cujos pais morreram num incêndio, completamente ao abandono e maltratado por tudo e por todos. O pequeno chama-se Don Bonillo, Bra­golin apieda-se e, também contra tudo e contra todos, acolhe-o no seu ateliê e cui­da dele. É um pintor com êxito, os seus quadros ven­dem bem, Seville é um ho­mem próspero e feliz e dedi­ca-se ao miúdo.
O padre da paróquia, contudo, aconselha-o a não al­bergar aquela criança, que só causa desastres, regra geral incêndios, a ponto de as pessoas lhe chamarem El Diablo. Avisa-o de que corre um perigo muito, muito sério.

Um dia, o ateliê de Bragolin arde de alto a baixo, sem se perceber como. Toda a gente aponta o dedo ao miúdo, claro. Com­pletamente enlouquecido, o pintor deixa­-se ir naquela histeria colectiva e faz o mesmo. Desesperado, o rapazito foge e nunca mais ninguém o vê. Entretanto, as pessoas tinham ouvido dizer que o pintor também estava amaldiçoado, que os seus quadros davam azar, deixam de comprar e Bragolin fica na ruína.

Anos mais tarde, nos arredores de Barce­lona, dá-se um enorme desastre. Um carro espatifa-se contra um muro, incendeia-se e o condutor fica completamente carboniza­do e irreconhecível. Resta apenas um pe­daço da carta de condução, onde se conse­gue ler que o condutor tinha 19 anos e se chamava ... Don Bonillo, pois então!

Mais preocupante é a outra versão da história, que diz-se, o próprio Bragolin terá revelado num programa chamado Fantástico, na Rede Globo brasileira. Não conseguia vender um único quadro, pelo que terá feito um pacto com o Demó­nio. Deve ser mentira, mas o facto é que os bonecos ven­deram como pão quente e o homem terá conseguido re­construir a sua fortuna.

Vem depois a lenda urba­na. Possuidores de quadros, ocultistas e até satanistas an­dam por aí a dizer que os quadros lhes deram azar e que foram todos pintados a partir de crianças mortas em rituais, sacrificadas ao Diabo, para que ele fizesse enrique­cer o Fausto/Bragolin. Análi­ses dos fundos e das roupas, das posições relativas das crianças, do simples facto de parecerem estar sempre a olhar para nós, sejam quais forem os ângu­los dos quais olhemos para elas - a Gio­conda também deve ser diabólica! -, tudo serve para acusar os quadros de, através de imagens e mensagens subliminares, an­darem a dar azar, quando não a matar, aqueles que os possuem.

Em nome da sua vida e dos seus, não compre o Me­nino da Lágrima. Mais que não seja ... pela falta de gosto!
Fonte: Focus
PS: Como se não bastasse o gosto duvidoso de quem o possui, agora parece que a pintura dá azar!
Hehehe é verdade o Hugo tem um quadro...

quinta-feira, agosto 24, 2006

Paredes de Coura 2006 - O Rescaldo

Apesar da intempérie que assolou o Norte do país, realizou-se mais um Festival de paredes de Coura que por sinal este ano teve o patrocínio da Heineken ( a Unicer anda a dormir!!!). Embora nunca tivesse estado presente num festival do género, adorei e prometo voltar. Para além da música que já vos vou falar a seguir o ambiente, a segurança estava tudo “au point” o único ponto de desagrado foi a food que era só fast!!
Essencialmente para quem lá não esteve, ou para os que tiveram medo da chuva aqui fica o meu relato.

Terça-feira 15 de Agosto de 2006

A grande maratona de concertos ao bom estilo do “novo” rock que se adivinhava para estes dias começou para mim com um concerto morninho dos Broken Social Scene. Apesar de tocarem bem, ficaram um bocado à quem das expectativas. Como se tratava de um dos seus últimos concertos podiam ter feito bem melhor…
Depois entrou em palco São Pedro que nos dias de hoje dá pelo nome de Steven Patrick Morrissey. Foi impressionante, no preciso momento em que o senhor começa a cantar começa a chover!!!! Para quem não é fã do senhor e não tem um grande conhecimento da sua “obra”, fiquei a gostar. Morrissey tocou muitas das músicas do seu novo álbum “Ringleader of the Tormentors” bem com alguns dos seus clássicos a solo ou como frontman dos Smiths. A que destacar também a sua inconfundível presença em palco e a sua saída intempestiva deixando Panic a meio.
No final da noite veio a surpresa: Um grande espectáculo/concerto dos Fischerspooner com duas bailarinas a complementar os restantes efeitos visuais. Quanto à música propriamente dita estes rapazes surpreenderam-me, acabando em apoteose com “Emerge” e dizendo “Dance mother fuckers, dance…..”.

Quarta-feira 16 de Agosto de 2006

O grande dia!!!! Com muita pena minha não assisti ao concerto dos Gang of Four uns dos grandes responsáveis por esta nova vaga de bandas Rock, uma vez que lhes serviram de inspiração. Pelo que consta ainda estão aí para as curvas….
Depois vieram os pratos fortes do dia. Para começar os Yeah Yeah Yeahs com a sua vocalista Karen O endiabrada. Agarraram completamente o público
( muitos ali de propósito só para os ver) alternando músicas do seu novo álbum com outras mais antigas. “Maps” foi cantada em coro por todo o “anfiteatro”.
A seguir os senhores das guitarras estridentes, baixo e bateria provocante: Bloc Party. Se já estava à espera de muito deste concerto no final ainda fiquei mais agradado. Apesar de ainda serem um bocado tenrinhos no que diz respeito à sua prestação ao vivo, em especial o seu vocalista que deixa assim a nu alguma “falta” de voz, de resto são bastante fieis ao seu único álbum de originais “Silent Alarm”. Foi a loucura, toda a gente cantou, dançou, dançou, cantou………..
Depois e com a difícil missão de suceder em palco aos Bloc Party (até brincaram com isso!!) vieram os We are Scientists. Estes cientistas americanos conseguiram entreter os poucos resistentes que ainda ficaram para os ver e faze-los cantar “…Explo-o-o-o,-o-o-ode…” do seu hit single “Nobody Move, Nobody Get Hurt”. Pois é, este dia foi uma explosão de bandas promissoras (oxalá não me engane!).

Quinta-Feira 17 de Agosto de 2006

Para o último dia do festival tínhamos marcado um regresso ao passado “negro” com The Cramps e Bauhaus. Não sendo estas bandas muito do meu agrado destaco apenas o bom som dos Bauhaus e o grande número de fãs presentes. Um dos meus motivos para prolongar a minha estadia à chuva eram os californianos !!! e em boa hora o fiz. Esta banda é fantástica, especialmente ao vivo, com um vocalista tresloucado que corre o palco todo, atira-se ao público, come flores, etc.
Para finalizar tive pena de não ter visto os Justice porque ouvir eu ouvi bem ao longe na minha tenda.


Beijos e Abraços

Fonte de prazer e satisfação, os beijos e abraços são hoje vulgares formas de cumprimento. Abraços entre homens, beijos entre tudo e todos.
Mas..o que significam de facto tais gestos? Tirando o beijo à esquimó, todos os que envolvem o contacto da boca com outra qualquer parte do corpo acarretam pouco ou nenhum valor sentimental relevante..beijamos os amigos, os namorados e família..beijamos até animais e, em momentos de pura felicidade, beijam-se camisolas, fotografias ou outros bens materias. Ou seja, é quase mais um hábito que uma vontade espontanea.. Sendo a boca um orgão sensorialmente tão rico, o fenómeno está explicado.
Passemos então aos abraços. Vindo não se sabe de onde, espera-se que tenha vindo para ficar. Um abraço entre amigos, entre pais e filhos, irmãos, ou ainda entre o nosso tão querido animal de estimação, é de longe o mais sincero e sentido gesto de amizade, carinho e amor. Todos num estender de braços e aperto de peito-a-peito que em segundos exprime muito...
Mais importante que distinguir os dois, é perceber que para cada altura há o gesto certo, assim como as palavras certas e ainda o silêncio certo.


Um dia ouviremos o padre dizer "Pode abraçar a noiva."...

Beijos e Abraços.

50 anos de vida além-túmulo

Quando o tempo está bom, ao andar de carro pela California Highway 46, a Oeste de Lost Hills e em direcção Paso Robles, sente-se uma inexplicável sensação de bem-estar. A estrada inclina-se colina abaixo em direcção à cidade de Cholame com a mais sedutora das suavidades, e mesmo os condutores que não gostam de acelerar ficam tentados a fazê-lo.

James Dean, que gostava de acelerar (fora multado duas horas antes), tinha todas as razões, para além da sedução da estrada, que então se chamava Highway 466, para se sentir bem naquela fatídica tarde de 30 de Setembro de 1955. Não só estava a caminho de uma corrida de automóveis que adorava, com um carro acabadinho de comprar - um Porsche prateado 550 Spyder modelo desportivo, a que chamou "Little Bastard" - como acabara de rodar "Gigante", o seu mais importante filme até à altura, em que contracenava com Elizabeth Taylor e Rock Hudson. "A Leste do Paraíso", que o tornara uma estrela, tinha sido lançado comercialmente meses antes com enorme sucesso e "Fúria de Viver" estava a chegar às salas americanas. Para um actor de 24 anos as coisas não podiam ser mais prometedoras.

Mas, em poucos minutos, James Dean estava morto.

Essa morte, resultado de uma colisão frontal com um Ford preto e branco que guinou repentinamente para a esquerda, acabou por ser o elemento final numa perfeita tempestade de celebridade. Dean foi catapultado para um nível de fama tão extraordinário - cumprindo a lenda, "viver rápido, morrer jovem" - que incluiu um facto sem precedentes - duas nomeações póstumas para os Óscares - que mesmo o ambicioso actor nunca teria imaginado.

A juventude de Dean, o seu aspecto físico, as suas capacidades interpretativas, tudo isto, aliado à morte trágica, causou um alvoroço que ainda não diminuiu. Enquanto outros actores são celebrados no dia do seu aniversário, no caso de Dean foi sempre a morte que triunfou, e este ano, o 50º após o acidente fatal, vai ser testemunha de uma atenção sem precedentes, por parte dos "media", o homem cuja carreira em Hollywood durou apenas 16 meses.

Embora existam imensos livros sobre Dean (um dos favoritos tem 1500 entradas, "The Unabridged James Dean: His Life and Legacy from A to Z"; há outro intitulado "James Dean"s Sexsational Lurid Afterlife in the Fan Magazines"), há pelo menos mais dois em vias de publicação: "James Dean", de George Perry, profusamente ilustrado e com autorização do "James Dean Estate", enquanto "James Dean: Fifty Years Ago" está centrado nas extraordinárias fotografias da autoria do fotógrafo da Magnum, Dennis Stock, que acompanhou o actor na sua vida em Nova Iorque e, já estrela, num regresso às origens, à casa familiar em Marion.

Há também dois documentários, bastante diferentes entre si, à espera de lançamento. Com estreia marcada na PBS (televisão pública norte-americana) a 11 de Maio, "James Dean: Sense Memories" é um filme poético realizado por Gail Levin para a série American Masters, e apoia-se principalmente em entrevistas a pessoas que conheceram o actor. E com estreia marcada para o próximo Festival de Cannes, em Maio, "James Dean: Forever Young", de Michael J. Sheridan, produzido ao longo de dez anos, mostrará excertos, fascinantes, do trabalho para TV do actor, nos tempos da televisão ao vivo (29 desses 37 trabalhos foram praticamente desenterrados) e das duas primeiras aparições em cinema -- em "Fixed Bayonets" de Sam Fuller e em "Sailor Beware" com Jerry Lewis. "Forever Young" vai depois estrear nos EUA naquele que é o maior "drive-in" digital do mundo que está a ser montado na terra natal de James Dean, Marion, Indiana ("a terra onde nasceu o "cool"") mesmo a tempo do Festival James Dean, evento anual que espera atrair pelo menos 100 mil fãs de todo o mundo entre 3 a 5 de Junho.

As homenagens não estariam completas sem a edição, pela Warner Bros., a 31 de Maio, da caixa de DVD "The Complete James Dean Collection", isto é, os três principais filmes com James Dean, "A Leste do Paraíso", "Fúria de Viver" e "Gigante". Serão também postos à venda individualmente e cada um deles terá um disco adicional com extras (cenas cortadas, testes de guarda-roupa, documentários).

Porquê a agitação?
Estes filmes são a chave para a pergunta essencial: porquê esta agitação? À parte a morte à beira do estrelato, sendo tão jovem, porque é que Dean é objecto desta atenção? Quais são os factores que possibilitaram que vivesse tanto tempo para além do túmulo?, como diriam as revistas de fãs.

Há coisas básicas, como um nome assim tão limpo e tão livre de escolhos como o seu perfil, como a sua beleza intemporal e quase andrógina. Enquanto outros actores eram nos filmes tão fotogénicos como ele - por exemplo, Elizabeth Taylor -, é difícil pensar em outra estrela que tivesse tanto impacto na fotografia. James Dean não foi só fotografado incessantemente, como parecia sempre magnífico em quase todas as fotos. Isso não acontecia por acaso. Enquanto outras estrelas não gostavam de ser fotografadas no "plateau", Dean, um pioneiro na forma como se criou enquanto imagem, adorava. Não é por acaso, também, que se é raro um actor criar laços com um fotógrafo Dean tenha feito grandes amizades com pelo menos quatro fotógrafos de renome mundial - Stock, Phil Stern, Sanford Roth e Roy Schatt. Há quem diga que Dean influenciou mais os comportamentos do que a arte de representar, e se isso é verdade essas fotografias foram a razão. Do lado da interpretação, essencial ao sucesso de Dean foi o tipo de papéis que interpretou. Embora seja difícil de acreditar, hoje, quando toda a cultura popular norte-americana suspende a respiração para ouvir a opinião dos adolescentes, os filmes de Dean e as suas personagens tinham uma característica de revelação, porque ninguém na altura prestava verdadeira atenção aos conflitos da adolescência.

O que Dean fez foi criar a imagem do adolescente como eterno marginalizado, definir a adolescência como revolta, para o seu tempo, para o nosso tempo e para o futuro imediato. Ao trabalhar - é importante notar isso - com os maiores realizadores de então, conseguiu fazer personagens simultaneamente agressivas e sensíveis, juvenis e perigosas. A tudo isso é preciso acrescentar a sua habilidade de convocar uma fúria interior, aquilo que Marlon Brando definiu como "uma energia subtil e uma intangível natureza ferida". James Dean fazia com que tomássemos a sua dor como nossa, que sofrêssemos com as decepções das suas personagens porque isso nos lembrava tanto o que nós próprios experimentáramos.

Tudo isso não podia ser mais eloquente em "A Leste do Paraíso", de Elia Kazan, adaptação do romance de John Steinbeck. Esta variação a partir da história de Caim e Abel, situada em Salinas e Monterey antes da I Guerra Mundial, não é só um dos mais ricos filmes de Kazan e o primeiro papel de relevo para Dean, como também pode ser considerada a sua melhor interpretação - aí delineou o modelo do que estava para vir.

Dean interpreta Cal Trask, o filho arisco, a ovelha negra, o solitário marginal que precisa desesperadamente da aceitação e do amor do pai (Raymond Massey), embora às vezes pareça que se esteja a marimbar para isso. A angústia sem pudor e sôfrega por amor da personagem atinge o clímax na famosa cena em que, tendo o pai rejeitado o presente de aniversário do filho, a desilusão de Cal expressa-se num grito lancinante vindo dos confins da alma. Como Julie Harris, no papel de Abra, diz numa outra cena: "é horrível não ser amado. É a pior coisa do mundo."

Kazan explorou o paradigmático conflito de gerações entre Dean/Massey, aproveitando os problemas pessoais que os dois actores tinham um com o outro. "Era um antagonismo que não tentei sarar; agravei-o ainda mais", escreveu o realizador na sua autobiografia. "Não escondi do Jimmy ou do Ray [Massey] o que eles pensavam um do outro, e mostrei-lhes claramente. O écrã estava vivo precisamente com aquilo que eu queria: eles detestavam-se".

"Fúria de Viver", o filme seguinte de Dean, desta vez sob a romântica direcção de Nicholas Ray, também tinha a ver com um relacionamento tortuoso entre pais e filhos, mas de forma diferente, mais centrada na tortura da adolescência. Os pais aqui, em especial Jim Backus como figura paterna emasculada, são retratados como palhaços ineptos cuja incapacidade obriga os adolescentes - Dean, Nathalie Wood e Sal Mineo - a formar uma família alternativa. A interpretação de Dean não só chega primeiro que o título do filme no genérico inicial, como redime os desequilíbrios do resto de "Fúria de Viver". Ao trabalhar a partir do argumento de Stewart Stern, Dean, jeans, camisa branca e blusão vermelho (escolhido depois da Warner ter decidido que o filme seria a cores e não a preto e branco), é outro grito de angústia pura. Na cena em que esmurra o balcão de uma esquadra da polícia (ficou ferido e teve de ser transportado para o hospital após as filmagens), ou quando na mesma esquadra grita aos pais desavindos o inesquecível "you"re tearing me apart", não há dúvidas de que é o centro de verdade de todo o filme.

Entre os principais extras no DVD de "Rebel" está aquele pedaço de "memorabilia" mórbida que alguns conhecerão: um anúncio de serviço público feito para a National Safety Council, filmado menos de duas semanas antes da sua morte, em que Dean, com os trajes de "Gigante", olha para a câmara e diz: "Take it easy driving. The life you save can be mine ["Conduza com precaução. A vida que salvar poderá ser a minha"].

"Gigante", um pastelão de 3 horas e 21 minutos, realizado por George Stevens a partir do romance de Edna Ferber, foi o último filme de Dean. Foi o maior êxito de bilheteira da Warner Bros. durante 20 anos (só destronado com "Superman"). É a menos interessante interpretação de Dean, e não só porque o filme foi incapaz de retratar convincentemente o envelhecimento da personagem - Jett Rink, um explorador petrolífero arrivista - ao longo de 20 anos como o argumento exigia. "Não podemos dizer que Dean tivesse uma técnica de relevo", escreveu Kazan, mordaz, na sua autobiografia. "Quando tentou fazer um homem mais velho na última parte de "Gigante", parecia o que de era facto: um novato."

Igualmente problemática era a propensão que Dean tinha para a auto-indulgência, a tendência para ser demasiado maneirista. Embora o seu magnetismo permaneça intocável, o andar curvado, escorregadio e o arrastar dos pés ameaça transformar a figura de Jett Rink num "show" à parte. Ninguém pode dizer o que James Dean poderia ter feito se não tivesse morrido, mas o seu Jett Rink dá-nos uma indicação de como as coisas poderiam ter dado para o torto. Talvez Humphrey Bogart tivesse razão quando disse sobre James Byron Dean: "Ele morreu na altura certa. Se tivesse vivido, nunca teria poderia ter estado à altura da sua fama".
Fonte: Cinecartaz Publico

a puta da vida

a vida vale pela vida?!
ninguem é feliz... as pessoas vivem oprimidas com relações imperfeitas que lutam contra a solidao...
Há o direito ao prazer...Mas que prazer?!
aquele que dura 15min e acaba, dando lugar à pergunta + desconfortavel que existe??!
..."que raio faço eu aqui"...
enfim..."POde ALguem ser QUEM nao é?"
Porto

Antiga, mui Nobre sempre Leal e Invicta cidade do Porto

quarta-feira, agosto 23, 2006

Jesualdo Ferreira no F.C. PORTO

O Futebol Clube do PORTO já possui um novo treinador. Ele é Jesualdo Ferreira. Chega abandonando o Boavista ao fim de poucos dias decisão quanto a mim correcta sensata e inteligente de quem ainda ambiciona ganhar algo.

Considero um grande treinador com capacidade para fazer um bom trabalho e compreendo perfeitamente que prefira o F.C.PORTO ao Boavista.

Também compreendo a escolha de Pinto da Costa, julgo que é uma escolha segura a nível interno para ter uma época tranquila. A saída do Sr. Co Adrianse podia deixar a equipa fragilizada, a direcção em maus lençóis e claro com a obrigatoriedade de não falhar. Dessa forma a escolha de um treinador português, com experiência, conhecedor do campeonato, da equipa e dos jogadores será a mais acertada.

Isto terá uma consequência prática. Voltaremos a ver os jogos mais pausados, mais racionais e a equipa a jogar, como principal objectivo e a todo custo, para a vitória.

Por isso bem-vindo Jesualdo, á NAÇÃO...
Joel Azevedo

O HOMEM

Um animal tão perdido na contemplação voluptuosa daquilo que pensa que é, que se esquece de reflectir sobre aquilo que deveria ser. A sua actividade principal é o exterminio dos outros animais e da sua própria espécie, que, no entanto, se multiplica com tal rapidez que já infesta todo o mundo habitável e o PORTO.
Quando o mundo era jovem e o homem surgiu,
E tudo era ainda agradável e novo,
A Natureza nunca distinguiu
Reis ou Padres ou Povo.
Já não é assim actualmente,
Excepto nesta República, na qual
Temos esse regime de antigamente,
Em que todos somos reis por igual,
Mesmo que nus, a bater o dente,
Com fome, mas todos com o direito
De votar num tirano que nem por nós foi eleito.
Um cidadão que não queria votar,
Sendo por todos detestado,
Foi levado, um dia, a passear,
Com alcatrão e penas disfarçado,
O que, para os patriotas, foi um agrado.
"O teu dever", gritava toda a gente,
"É ires votar com honestidade
Em quem queres votar". Humildemente,
Ele explicou a sua verdade:
"Teria feito isso, a certeza vos dou,
Mas, caros patriotas, ele nunca se candidatou"
Apperton Duke

História da Cidade do Porto

Há muito, muito tempo, quase nos primórdios da civilização, havia um lugar ao qual chamaram Porto por ser de paragem obrigatória às gentes que viajavam no país. Nesse lugar havia um rio chamado Douro por ter em si muitas e belas riquezas.

A terminologia da palavra aponta para portus, a porta, topónimo que traduz a vida comercial e o desejo de um povo pioneiro na descoberta do desconhecido.
A constituição das suas origens como cidade data de 417.
Ao longo dos séculos foram vários os seus governantes, citando-se entre outros os Suervos, os Godos, e mesmo os Mouros que por aqui passaram até ao reinado d’El Rei D. Afonso I, de cognome o Católico.
Nas vicissitudes da Reconquista conhece por várias vezes a destruição.
Depois de ter sido nomeada bispado e ter sido entregue a D. Hugo o burgo foi sempre crescendo, quer dentro dos muros, quer nas imediações da cidade. Estendendo-se pela Ribeira até à praia onde desembarcavam e embarcavam mercadorias. Trepando em direcção ao burgo, lá no alto, seguindo os traçados que rumam a Braga, a Guimarães e Trás-os-Montes e ao Olival.
A crescente importância económica do burgo episcopal começa a despertar a cobiça dos poderosos e com eles a dos reis. E as lutas começam. As disputas entre reis e bispos pelo controlo dos recursos da cidade, nomeadamente dos rendimentos da actividade portuária permanecem até ao reinado de D. João I, quando acordou com a Mitra a passagem definitiva do senhorio.
Entretanto a cidade continua a crescer e é no reinado de D. Afonso IV que é mandado edificar uma cinta de muralhas destinadas a proteger o pequeno burgo, esses muros ou muralhas que circundavam e defendiam o velho burgo portucalense existiam ainda no século XVII, da sua constituição faziam parte as portas: a Porta dos Carros, de Santo Elói, do Olival, da Esperança, do Sol e a Porta Nobre . No seu percurso a porta principal era o Arco de Vandoma, situado a nascente do citado burgo e a encostar no largo da Sé e na rua Chã daí inclinava o muro monte abaixo, ladeando as escadas das verdades onde se encontrava a Porta das Mentiras, aqui o muro torneava o Alto do Barredo e angulava o rio da vila que desaguava a descoberto na rua de S. João, que hoje em dia ainda conserva o mesmo nome, rasgando o arco de Sant’Ana das Aldas e o arco de S. Sebastião onde recurvando fechava o circuito do muro, muro este que é mais conhecido por Muralha Fernandina.
Cedo o Porto demonstrou o seu grande potencial na construção naval, quer a nível industrial, quer comercial. A esse potencial não são alheias as ligações inquebráveis que o Porto possui com o Douro e com o Atlântico.
Assim pelo século XIV adiante foi o Porto o principal centro português de construções navais.
Envolto nos enredos do mar, lançado na imensidão dos oceanos em busca de novas paragens, navios, marinheiros e população integraram interesses e esforços de muitas formas e, logo aquando da expedição à conquista de Ceuta, o infante D. Henrique, nascido na Invicta, ali organiza uma formosa esquadra que levou a juntar-se ao rei que esperava em Lisboa antes de partirem par o Norte de África.
E foi por tal empenhamento que os portuenses receberam a alcunha de Tripeiros, pois segundo contam, o comprometimento do povo levou a que fornecessem as naus e galeras com as carnes ficando apenas as tripas como alimento dos que por cá ficaram.
Como louvores dos feitos prestados, muitos foram os portuenses que inscreveram os seus nomes na história.
Ao longo da história o Porto foi sempre muito cobiçado, pelas riquezas, privilégios, autonomia e tradição que o caracterizavam, mas com o Foral Manuelino de 20 de Junho de 1517 o Porto perdeu grande parte dos seus privilégios, sendo D. Manuel considerado o rei inimigo, que deu inicio à mesquinha, absurda e funesta política da centralização dos poderes e serviços. Contudo o povo portuense sempre honrou o seu caracter colectivo, através do seu espirito de independência e o seu amor à liberdade.
Muito marcada pelo desaire do período filipino, é já no século XVIII que de novo atinge as alturas dos pergaminhos de cidade empreendedora. Renovando as industrias correlativas derivadas das velhas actividades mercantis de cabotagem e longo curso.
Mas o engrandecimento da cidade não resplandece apenas nas actividades comerciais, expandindo-se às artes, como é o barroco nasoniano marcado em alguns templos da cidade.
Uma das características deste estilo é o recurso à policromia e à exuberância das formas, bem como a conjugação de revestimentos a ouro com a pintura e o azulejo criando ambientes de rara beleza.
Em 1755 o Porto é marcado por um terramoto que apenas provocou pequenos estragos, na sequência da reconstrução de Lisboa, a influencia inglesa e a acção dos Almadas, trazem para a cidade um surto de engrandecimento admirável.
Sobrecarregada com a crise da tecelagem, mas apoiada no comercio do vinho do Alto Douro, trazido rio abaixo e embarcado no Porto, facto que se traduziu no nome pelo qual esse vinho é conhecido, a cidade vê aumentar ainda mais o seu núcleo populacional com colónias de ingleses e outros europeus que se estabeleceram e radicaram na cidade.
No século XIX o Porto é massivamente modernizado através de novas ideias, riqueza acrescida, força empreendedora, um deslumbrante escol de gente de saber, políticos, capitais e sobretudo a inegável força popular, afeita ao trabalho, resistente e ciosa dos seus pergaminhos de independência e liberdade.
Os portuenses intervêm repetidas vezes nos próprios destinos políticos da Pátria. Sofreram a ocupação dos invasores, não se aquietando na sua expulsão, retendo-lhes as ideias mais benéficas, não admitindo tutelas, defendendo-se com armas, vidas e bens.
Com uma determinação impar, a cidade foi crescendo, organizando-se administrativa, financeira e culturalmente, constituindo-se numa capital regional que ainda hoje é.
Ao longo do século XX o cunho que a caracterizou sempre manteve-se e hoje a cidade está populacionalmente estabilizada.
Dela partiram as primeiras acções republicanas, sendo simultaneamente um dos grandes pilares políticos e económicos do País. E ainda foi o pólo de crescimento industrial significativo quer internamente, quer nas regiões vizinhas.
Assim falar do Porto é começar sem nunca conseguir terminar de relatar todos os seus feitos, tradições, costumes, belezas...
A cidade velha de séculos, contrastante com o fervilhar de actividades e ideias não se pode nunca destituir das gentes que lhe dão vida, caracter e cunho.
Gentes de linguagem marcada, sonora e garrida, trabalhadora e entusiasta, vibrante com seus ídolos desportivos, áspera e livre na crítica e jubilosa nos folguedos.
O Porto congrega, cria, difunde densos cambiantes de contrastes sendo por isto o símbolo portuguesíssimo de um progresso que não se envergonha do passado mas nele sustenta o futuro.
Por tudo isto é considerada a mais imponente cidade do Norte merecendo a justa classificação de Património Mundial.

Um símbolo, uma cidade

Muitas foram as alterações deste marco representativo da cidade, muito embora seja de apontar que a sua estrutura básica se manteve ao longo de diferentes reinados apenas tendo sido acrescentado pormenores artísticos e caracterizadores desta tão bela cidade situada nas margens do Douro que carinhosamente molha os pés dos portuenses.
O original brasão da Invicta representava « uma cidade de prata, em campo azul sobre o mar de ondas verdes e douradas».
Em 1517 sofre a primeira alteração, ao qual foi incluído ao imagem de Nossa Senhora de Vandoma, com o menino Jesus nos braços sobre um fundo azul e entre duas torres. Em 1813 e aquando da Segunda modificação, a imagem de Nossa Senhora aparece ainda ladeada por duas torres encimadas por um lado por um braço e por outro por uma bandeira.
Em 1834 no reinado de D Pedro IV ao brasão foi introduzido uma inscrição « Antiga, mui Nobre sempre Leal e Invicta cidade».
Este brasão era então constituído por um escudo esquartelado, cercado pelo colar da Ordem da Torre e Espada, tendo nos primeiros e quartos quartéis as armas de Portugal e nos segundos e terceiros as antigas armas da cidade. Encimava o escudo um dragão verde assente numa coroa ducal, sobressaía uma longa faixa com a legenda Invicta.
A ultima alteração, em 1940, do brasão dá-lhe a forma actual conhecida por todos, representado pelas armas. Apresenta-se assim de azul com um castelo de ouro, constituído por um muro ameado e franqueado por duas torres ameadas, aberto e iluminado a vermelho, sobre um mar de cinco faixas ondeadas, sendo três de prata e duas de verde.
Sobre a porta assente numa mesura de ouro a imagem da virgem com diadema na cabeça, segurando um manto azul e com o menino ao colo, ambos vestidos de vermelho, acompanhados lateral e superiormente por um esplendor que se apoia nas ameias do muro.
Em destaque dois escudos de Portugal antigo. No cimo uma coroa mural de prata, de cinco torres e um coral da ordem militar da Torre e Espada, do Valor e do Mérito.
A listel branco a inscrição « Antiga, mui Nobre sempre Leal e Invicta cidade do Porto».